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Bora lá Viajar!

"Traveling – it leaves you speechless, then turns you into a storyteller"

Qua | 29.07.20

Bruxelas // 2 dias na capital belga

Joana Lameiras

Eu na Grand Place.jpg

 

Durante a minha viagem à Bélgica, passei dois dias a explorar Bruxelas, o primeiro e o último. Sinto que aproveitámos o tempo melhor no primeiro do que no último, mas isso deveu-se essencialmente à zona que visitámos em cada dia - no primeiro mantivemo-nos mais no centro, onde a maioria dos pontos turísticos estão concentrados.

 

Primeiro dia

A primeira impressão que tive de Bruxelas, assim que saí do apartamento de manhã, foi que a cidade é bastante suja. No centro não se nota tanto, mas nas zonas mais residenciais é só sacos do lixo no chão, como se não houvessem contentores para os meter. Parece que as pessoas simplesmente mandam os sacos para a rua e consideram o assunto arrumado. Isto dá uma imagem negativa e suja à cidade, algo que me surpreendeu bastante, pois foi a primeira capital europeia em que vi isto a acontecer nesta dimensão.

 

Lixo em Bruxelas.jpg

 

O primeiro dia começou tarde e fomos diretos ao Grand Place comer o pequeno-almoço. Isto foi, obviamente, um erro, porque não deve haver sítio mais caro na cidade para fazer refeições e pagámos 17€ cada pelo “Petit Déjeuner” (pequeno-almoço em francês), que era mais um brunch do que outra coisa qualquer. 

 

fork.png  Pequeno-almoço

La Brouette - Tivemos a oportunidade de provar a famosa waffle belga pela primeira vez e, tal como esperado, é muito, muito boa. Como pedimos um menu de pequeno-almoço, tivemos direito a chocolate quente/café, sumo de laranja natural, torradas, croissants, entre outras coisas. Estava tudo bom, mas recomendo seriamente que encontrem um café mais barato, coisa que não deve ser difícil porque este era mesmo um abuso.

 

Pequeno-almoço belga.jpg

 

A caminho do café, passámos pela Bolsa de Valores de Bruxelas (ou Bourse de Bruxelles).

 

Bolsa de Valores de Bruxelas.jpg

 

De barriga já cheia, pudemos observar a Grand Place. De todos os 4 lados da praça existem edifícios bonitos e a junção de todos num só local é o que o torna especial. É complicado tirar uma fotografia que capte a essência da praça precisamente porque a graça de estar na Grand Place é o facto de estarmos rodeados por todas aquelas construções e monumentos ricos que embelezam em muito a cidade.

 

Grand Place.jpg

Edíficio na Grand Place.jpg

 

Seguimos para as Galerias Saint Hubert, as mais antigas galerias comerciais da Europa. Super elegantes e repletas de lojas luxuosas - escusado será dizer que, ainda traumatizados do pequeno-almoço caríssimo, não pusemos os pés dentro de um único estabelecimento, passando apenas pelas vitrines.

 

Galerias Saint-Hubert.jpg

 

Depois, caminhámos até à Catedral de São Miguel e Santa Gudula (Cathédrale des Sts Michel et Gudule), que achei bonita, tanto por fora como por dentro.

 

Catedral de São Miguel e Santa Gudula.jpg

Interior da catedral de São Miguel e Santa Gudula

 

O Mont des Arts foi o nosso próximo destino e achei o jardim deste local histórico muito giro, com o branco da neve a cobrir o chão. Para além do jardim, este complexo inclui a Biblioteca Real, os Arquivos Nacionais da Bélgica e vários museus de arte, história e até de cerveja!

 

Mont des Arts.jpg

Jardim do Mont des Arts.jpg

 

Optámos por visitar o Museu de Instrumentos Musicais. Penso que a entrada ficou em cerca de 8€ por pessoa com desconto de estudante. Gostei do museu, principalmente da parte dos pianos (haviam lá uns lindos) e gostei também de procurar (e encontrar) instrumentos portugueses. No entanto, não sei tocar nada de nada - o meu conhecimento sobre ler música é zero - e penso que foi por isso que perdi um pouco o interesse lá dentro. O museu é bastante completo e riquíssimo, mas achei-o longe de ser considerado imperdível.

 

Bandolim no Museu de Instrumentos Musicais.jpg

 

Vale a pena ver o edifício onde o museu se encontra - é do estilo Art Nouveau, sendo considerado “World Heritage” pela UNESCO. Infelizmente, como fotógrafa super profissional que sou, apenas tirei uma fotografia, e ficou desfocada… :(


Subindo a colina, fomos dar à Place Royale, onde fica a Igreja de São Tiago em Coudenberg, ou Cathédrale Saint-Jacques-sur-Coudenberg. Aí começou a nevar, o que foi toda uma grande emoção e andávamos a tentar (palavra-chave: tentar) tirar fotos aos flocos minúsculos que nos caiam no nariz e ficavam no cabelo durante uma fração de segundo, como se nunca tivéssemos visto nevar na vida (para ser justa, a maior parte de nós nunca tinha, de facto, visto nevar).

 

Place Royale.jpg

 

Por esta altura, a fome já apertava, pelo que, a caminho de ver a próxima igreja, parámos num café simpático para comer qualquer coisa.

 

fork.png  Lanche

Café du Sablon - por coincidência, quem nos atendeu foi uma portuguesa! É sempre bom encontrar pessoal do teu país no estrangeiro e parece que, como somos uma minoria lá fora, ficamos logo muito mais próximos uns dos outros. Entre os 7, pedimos sopa, cheesecake de limão, uma waffle, um muffin de chocolate e um sumo. Estava tudo maravilhoso e a portuguesa que nos atendeu foi tão simpática que até nos deu um sumo maior do que o pedido e meteu mais toppings na waffle!


Continuámos a percorrer a rua, passando por várias igrejas (como a Igreja de Nossa Senhora das Vitórias de Sablon) e parques (como a Praça du Petit Sablon), nos quais fizemos bolas de neve e as atirámos uns aos outros, porque isso também faz parte!

 

Igreja de Nossa Senhora das Vitórias de Sablon.jp

 

No final do dia, fomos até ao Parc de Bruxelles, que com a neve, apesar de esta já estar a derreter, estava muito giro! Deu para tirar imensas fotos e, quando começou a anoitecer, por volta das 17h, decidimos ir para casa.

 

Parc de Bruxelles.jpg

 

Apesar do dia ter acabado relativamente cedo, por causa dos dias mais curtos de inverno, a verdade é que sinto que conseguimos ver bastante e tirar a pinta geral da cidade em poucas horas!

 

Ao chegar a casa, tivemos uma surpresa desagradável: estava tudo gelado e o aquecimento não estava a funcionar. Para melhorar a situação, a cama de uma das minhas amigas estava partida e ela tinha dormido pessimamente nessa noite. Resultado: ligámos ao dono da casa e passado umas horas ele lá foi solucionar os problemas, sendo que a complicação do aquecimento era só que… este estava desligado :’)



Segundo dia

No segundo dia em que visitei Bruxelas, fomos explorar outra parte de Bruxelas mais longe do centro e apanhámos um Uber para o Parque do Cinquentenário. Embora não seja este aquele a que associamos quando ouvimos as palavras “arco do triunfo”, o Arco do Triunfo Les Arcades du Cinquantenaire não deixa de ser tão imperdível quanto o Arco do Triunfo de Paris. Gostei muito de o ver, mesmo com o tempo chuvoso e cinzento que estava nesse dia - imagino só como deve ser incrível no verão, com bom tempo!

 

Arco do Triunfo do Parque Cinquentenário em Bruxe

Parque Cinquentenário.jpg

 

De seguida, o grupo separou-se - uns foram ao Museu AutoWorld, que tem uma coleção de carros enorme (eles adoraram) e eu e outros dois amigos meus fomos explorar aquela zona, sem saber bem o que lá havia. 

A primeira coisa que reparámos no google maps é que estávamos bem perto de uma sede da Google. Como estudantes de Informática, decidimos ir logo dar uma espreitadela. Por acaso, alguma vez já viram o filme “Os Estagiários” (The Internship)? A sede da Google nesse filme é nos USA, e é incrível. Ora, eu não estava à espera de escorregas ou bicicletas com as cores da empresa, mas não posso negar que não estivesse com expectativas de ver letras bem grandes a dizer Google num prédio enorme.

No entanto... era só um prédio normal em que dois ou três andares pertencem à Google, sem nada de especial. Nem dava para tirar fotografias… :(

A seguir, dirigimo-nos a um parque que havia lá perto, o Parc Léopold. Parecia ser encantador no verão com os lagos e os espaços verdes, mas como estava um tempo tão mau, não conseguimos aproveitar como deve ser, estando sempre a tentar escapar da chuva. Felizmente, haviam, junto a esse parque, vários edifícios sob os quais nos podíamos abrigar. Fomos ter a um todo envidraçado ao calhas e, após alguns momentos, reparámos que não éramos os únicos - havia mais gente ali, principalmente turistas. E, curiosamente, estavam a tirar fotos ao edifício. 

Nós não fazíamos ideia do que era aquele prédio, e prontamente fomos investigar à internet. Qual é a nossa surpresa quando descobrimos que… estávamos à porta do Parlamento Europeu! Nem sei como me escapou que era ali tão próximo, mas foi uma excelente coincidência! Mas, azar dos azares… naquele dia em específico estava fechado, e não tivemos hipótese de visitar… Fomos depois espreitar o Museu das Ciências Naturais, que dizem ser muito bom, mas mais uma vez tivemos azar e estava fechado para limpezas! 

 

Parlamento Europeu em Bruxelas.jpg

 

É por estas razões que costumo planear tudo muito bem antes, mas azares acontecem e os imprevistos fazem parte da experiência.

De qualquer maneira, não teria dado grande tempo para visitar qualquer uma das hipóteses, pois os meus amigos não tardaram a sair do museu que estavam a visitar e fomos almoçar, que já estávamos com fome.

Naquele dia era domingo, o que significava que, ao contrário do que acontece em Portugal, muito poucos restaurantes estavam abertos e acabámos por ir a um que não era propriamente barato (pelo menos para nós).

 

fork.png  Almoço

Grand Central - O restaurante era mesmo, mesmo muito bom. Desde a decoração e o ambiente à comida em si. Pedimos hamburgueres e uns sumos fantásticos, mas também pagámos bem por isso - ficou em cerca de 15€ cada refeição, sem sobremesa!

 

Almoço no Grand Central em Bruxelas.jpg

 

Faltava-nos ver o Manneken Pis e comprar souvenirs. Alguns de nós optaram por ir de Uber, porque era um pouco longe e eu estava super doente. O que não contávamos era que começasse uma manifestação quase ao mesmo tempo que entrávamos no carro, o que significou que o tempo da viagem triplicou e pagámos um balúrdio por uma viagem que devia ter sido de apenas 15 minutos.

Finalmente chegámos ao Manneken Pis, a pequena (muuuito pequena) estátua do menino a fazer xixi. Foi neste local que notei um maior aglomerado de pessoas, mas também a atração é tão pequena, que é difícil as pessoas se manterem afastadas se a quiserem ver.

 

Manneken Pis.jpg

 

Durante o resto do dia passeámos pelas ruas ali próximas, que são as que têm mais lojas de souvenirs, chocolaterias e, até, uma loja de BD muito gira para aqueles que gostam dos lendários Timtim ou Smurfs - de origem belga!

 

Assim terminaram os nossos dois dias em Bruxelas. Escusado será dizer que saí de lá cheia de chocolates e com vontade de conhecer mais, não só da cidade, mas do país! Infelizmente, não tive tempo para ver algumas coisas que gostaria (como o Atomium), mas penso que aproveitei bem o tempo que tínhamos, se bem que mudaria uma ou duas coisas - nomeadamente, ir ao Parlamento num dia que estivesse aberto… Mas fica para outra altura, porque quero voltar!

 

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Bruxelas - Dois dias na capital belga.png