Gerês // Trilho da Preguiça
Numa das minhas viagens deste verão decidi ir acampar ao Gerês com amigos. E como não podia deixar de ser, decidimos ocupar uma tarde a fazer um dos lindos trilhos que existem neste parque nacional. Depois de alguma pesquisa, escolhi o Trilho da Preguiça - maioritariamente porque é curto, circular e passa por duas bonitas cascatas.
O Trilho da Preguiça tem cerca de 4km e, ao contrário do que encontrei em alguns sites, é médio e declivoso - não é fácil, pelo menos se o fizerem do início ao fim. Existem três tipos de percursos - o longo, o médio e o curto. No entanto, todas as sinalizações são feitas para o percurso longo, pelo que se não tiverem algum tipo de mapa à mão, torna-se complicado saber para onde ir no percurso médio ou curto.
Sendo assim, fizemos o percurso longo. Demorámos cerca de 3h, com muitas pausas para descansar e tirar fotografias. Tendo em conta que muitos de nós não tinham grande preparação física e houve subidas um pouco complicadas no início do trilho, acho que não demorámos muito. O trilho está bem marcado, no geral, exceto no caminho entre o Rio Gerês e a Cascata de Leonte, em que a sinalização desaparece durante um bom bocado e nos fez questionar se estávamos a ir pelo caminho certo. Todo o trilho tem muita sombra, o que foi algo agradável, visto que estava sol e calor.
O Trilho da Preguiça começa mesmo junto ao Miradouro da Preguiça. Existe estacionamento mesmo antes, ao pé da Casa da Preguiça, e também um pouco abaixo, que foi onde deixei o carro. Começámos por subir ao miradouro e apreciar as vistas.
De seguida, iniciámos o trilho junto à placa que o sinaliza. Durante uns minutos descemos pela mata, mas, infelizmente, isto durou pouco e depressa começámos aquela que foi a etapa mais complicada e, sinceramente, mais desinteressante do trilho - uma subida íngreme que durou quase 1h.
Esta parte do caminho não deixa de ter o seu encanto, estando sempre rodeada de vegetação e fazendo-me sentir uma calma e tranquilidade que só a natureza consegue proporcionar. Ao nos cruzarmos com a Ribeira da Laja pela primeira vez, aproveitámos para encher as nossas garrafas com a água que lá corria - cristalina, fresca e sem qualquer sabor.
Chegando finalmente ao topo, começamos a descer e a aproximar-nos da estrada. Cruzamo-la apenas da segunda vez em que estamos na sua berma e iniciamos assim a melhor parte do trilho, onde se situam as cascatas e os caminhos são mais largos e menos declivosos.
Rumo à Cascata de Leonte, passamos pela Ribeira da Cantina, pelo Curral e pelo Rio Gerês. Todo o percurso até aqui está bem sinalizado, deixando de haver marcas a partir deste ponto e até à Cascata de Leonte. No entanto, não é difícil seguir o caminho, mesmo sem sinalização.
Chegamos à Cascata de Leonte. Embora seja alta e imponente, não dá para grandes banhos, servindo apenas para refrescar um pouco. No entanto, ninguém tem qualquer queixa - é bonita e grandiosa, enriquecendo em muito o trilho.
Voltamos para trás, até ao Curral. Entre o Curral e a Ribeira da Cantina situa-se uma passagem, à direita, que conduz até à Cascata da Laja. Há sinalização, mas recomendo que façam esta porção do caminho com mais cuidado para não se enganarem.
A Cascata da Laja estava um pouco mais seca do que a Cascata de Leonte, mas não deixou de ser encantadora à sua maneira, com o seu envolvimento natural e a ponte de madeira que atravessa a ribeira e nos leva até à parte final do trilho.
Seguimos mais um pouco e rapidamente chegamos à Casa da Preguiça, terminando a aventura, cansados mas muito felizes e vitoriosos. Missão cumprida!
Gostei muito do trilho e quero sugeri-lo a quem passe por aquela zona. Foi desafiante, no início, mas valeu a pena, sem dúvida alguma. No entanto, se tiverem pouco tempo ou se simplesmente se quiserem focar nas cascatas, aconselho a não fazerem o percurso longo, e em vez disso começarem o caminho na zona onde se cruza a estrada - a partir daí os acessos são muito mais fáceis, tendo subidas menos exigentes e permitindo ver as cascatas, que são o ex-libris do Trilho da Preguiça.
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