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Bora lá Viajar!

"Traveling – it leaves you speechless, then turns you into a storyteller"

Dom | 28.03.21

Cápsula do Tempo, 2008 // Espanha: Barcelona, PortAventura & Expo 2008

Joana Lameiras

Quem me conhece sabe que adoro acampar. Adoro estar no meio da natureza, ter toda a experiência de montar a tenda e perceber como é que aquilo funciona (sim, porque me esqueço todos os anos), explorar os parques de campismo e observar os lares temporários de quem como eu por lá passa, ir dar um mergulho à piscina, ouvir as corujas durante a noite, ver o céu estrelado e conversar até às tantas ao ar livre, cruzar-me com pessoas de todo o mundo a caminho do supermercado… Até cozinhar num mini-fogão a gás que se apaga a cada rajada de vento é uma aventura (se bem que uma que se consegue tornar muito irritante...).

A verdade é que fiz campismo pela primeira vez aos 10 anos, e durante muito tempo foi tradição na minha família, pelo que todos os verões passava pelo menos uma semaninha a dormir numa tenda. Foi parte natural de todas as minhas férias durante 8 anos, e quando deixou de ser, porque as férias em família se tornaram um pouco mais escassas e porque o tipo de férias também mudou, senti alguma falta daquele fator de aventura que torna tudo um pouco mais divertido. Este verão aproveitei o facto de que ia ficar por Portugal para pegar no carro e acampar, e acabei por matar bem as saudades - acampei em três viagens diferentes - Gerês, Costa Vicentina e Melides. Soube-me super, super bem e levou-me a recordar as viagens mais antigas que fazia, aquelas que me fizeram ganhar o gosto pelo campismo.

Assim, relembro hoje uma viagem bem antiga - a minha primeira viagem de campismo, em Espanha, em 2008, e uma das mais engraçadas de sempre. Infelizmente tenho poucas fotos para mostrar porque todas as que encontrei ou estavam péssimas ou eram demasiado embaraçosas para serem partilhadas :’)

Tal como na viagem do ano anterior, decidimos levar dois carros, com 4 pessoas em cada, e partir rumo a Saragoça, ou Zaragoza. Foram 8h de viagem animada, com os walkie-talkies a fazerem a ponte de comunicação entre os dois carros, até chegarmos finalmente ao nosso destino - a Expo 2008. Esta era a minha segunda expo da vida, se bem que é a única em que eu realmente me recordo de alguma coisa, visto que a primeira a que fui foi a Expo ‘98, em Lisboa, com 3 meses de vida.

Lembro-me que estava bastante calor, mas a Expo estava bem preparada para isso - o que não faltavam eram repuxos de água, paredes de água, e todo o tipo de atrações que refrescavam o pessoal que se aproximava destas. Foi um dia sem dúvida bem passado, com muito para ver, e recordo-me perfeitamente de darem a todos os miúdos um jogo temático que nos entreteve ao longo do dia, quando as exposições se revelavam muito aborrecidas para crianças de 10 anos. O final do dia foi marcado por fogo-de-artifício, assim como pela minha irmã a fazer uma real coreografia de ginástica para nos entreter (e entreter aqueles que estavam ali por perto). Os meus pais, que se lembram da Expo ‘98 perfeitamente, são da opinião que a de Zaragoza foi inferior, especialmente por causa da falta de animação de rua. 

Para dormir, corremos os parques de campismo de Zaragoza todos, sem sucesso… Tivemos de voltar atrás cerca de 30km para finalmente encontrar um sítio para montar a tenda e passar a noite.

Os parques de campismo em Espanha, especialmente se tivermos a falar do sul do país, são espetaculares. As instalações tendem a ter muito boa qualidade, há sempre supermercados e até pequenas lojas, restaurantes, entretenimento noturno, piscinas (por vezes mais do que uma!) e campos para praticar desporto. Para além disto, existem vários parques de campismo com localizações espetaculares, como o caso do parque de campismo em que fiquei no dia seguinte, quando cheguei a Barcelona. Chama-se Globo Rojo, fica a 100 metros da praia (literalmente só atravessar a estrada) e tem 3 piscinas. É de 4 estrelas e fica a meia hora do centro da cidade, pelo que é bom para pessoal com carro, como era o nosso caso.

Em Barcelona fiz muita praia, diverti-me imenso no parque de campismo, brinquei com miúdos de não sei quantas nacionalidades e visitei a cidade em si, da qual eu gostei, já em pequena, e voltei a adorar quando a visitei em 2019 outra vez. Um dos destaques da minha estadia foi a ida ao Parque Güell, algo que quero voltar a repetir um dia para conseguir apreciar ainda mais, desta vez sem ter 10 anos…

 

Parque Guell.JPG

Casa no Parque Guell.JPG

Entrada no Parque Guell.JPG

 

De Barcelona partimos rumo a Salou, mais propriamente ao Camping & Resort Sanguli Salou, o melhor parque de campismo em que já estive na vida. Já fiquei em parques de campismo em mais de 10 países europeus, mas como este nunca vi nenhum. É, à falta de melhor descrição, espetacular. Se pensas que não gostas de acampar ou que não gostas de ficar em parques de campismo, mesmo que em bungalows, é porque nunca foste a este. Acredito piamente que consegue converter até os mais céticos a este estilo de viagem, de tão bom que é. 

O Camping & Resort Sanguli Salou é um parque de 5 estrelas, com imensas opções de alojamento, cada uma melhor do que a anterior. Oferece 1001 serviços, desde take-away de paelhas, um mini-comboio elétrico que faz paragens ao longo do parque (porque o parque é enorme), aulas de dança, imensos restaurantes e bares (incluindo um dentro da piscina)... é mesmo um sonho. Tal como o parque de Barcelona, basta atravessar a estrada para se estar a tomar banho nas águas quentes do sul de Espanha. Escusado será dizer que me custou horrores quando finalmente de lá saímos, porque só dá vontade de passar o verão todo a descobrir as novas atividades do parque todos os dias.

Salou fica em Tarragona, que explorámos um pouco. Guardámos também uma tarde para visitar o PortAventura World, que adorei porque é um parque temático essencialmente à base de água e estava imenso calor! Não consegui ver tudo o que queria porque comprámos um bilhete de meio dia, mas fiquei com muita pena, porque se há algo que eu adoro é montanhas-russas.

 

PortAventura.JPG

 

Esta viagem foi extremamente divertida e uma das que guardo com mais carinho na memória, por ser aquela que marcou o início da verdadeira aventura que é, para mim, acampar.

 

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