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Bora lá Viajar!

"Traveling – it leaves you speechless, then turns you into a storyteller"

Qua | 29.07.20

Bruxelas // 2 dias na capital belga

Joana Lameiras

Eu na Grand Place.jpg

 

Durante a minha viagem à Bélgica, passei dois dias a explorar Bruxelas, o primeiro e o último. Sinto que aproveitámos o tempo melhor no primeiro do que no último, mas isso deveu-se essencialmente à zona que visitámos em cada dia - no primeiro mantivemo-nos mais no centro, onde a maioria dos pontos turísticos estão concentrados.

 

Primeiro dia

A primeira impressão que tive de Bruxelas, assim que saí do apartamento de manhã, foi que a cidade é bastante suja. No centro não se nota tanto, mas nas zonas mais residenciais é só sacos do lixo no chão, como se não houvessem contentores para os meter. Parece que as pessoas simplesmente mandam os sacos para a rua e consideram o assunto arrumado. Isto dá uma imagem negativa e suja à cidade, algo que me surpreendeu bastante, pois foi a primeira capital europeia em que vi isto a acontecer nesta dimensão.

 

Lixo em Bruxelas.jpg

 

O primeiro dia começou tarde e fomos diretos ao Grand Place comer o pequeno-almoço. Isto foi, obviamente, um erro, porque não deve haver sítio mais caro na cidade para fazer refeições e pagámos 17€ cada pelo “Petit Déjeuner” (pequeno-almoço em francês), que era mais um brunch do que outra coisa qualquer. 

 

fork.png  Pequeno-almoço

La Brouette - Tivemos a oportunidade de provar a famosa waffle belga pela primeira vez e, tal como esperado, é muito, muito boa. Como pedimos um menu de pequeno-almoço, tivemos direito a chocolate quente/café, sumo de laranja natural, torradas, croissants, entre outras coisas. Estava tudo bom, mas recomendo seriamente que encontrem um café mais barato, coisa que não deve ser difícil porque este era mesmo um abuso.

 

Pequeno-almoço belga.jpg

 

A caminho do café, passámos pela Bolsa de Valores de Bruxelas (ou Bourse de Bruxelles).

 

Bolsa de Valores de Bruxelas.jpg

 

De barriga já cheia, pudemos observar a Grand Place. De todos os 4 lados da praça existem edifícios bonitos e a junção de todos num só local é o que o torna especial. É complicado tirar uma fotografia que capte a essência da praça precisamente porque a graça de estar na Grand Place é o facto de estarmos rodeados por todas aquelas construções e monumentos ricos que embelezam em muito a cidade.

 

Grand Place.jpg

Edíficio na Grand Place.jpg

 

Seguimos para as Galerias Saint Hubert, as mais antigas galerias comerciais da Europa. Super elegantes e repletas de lojas luxuosas - escusado será dizer que, ainda traumatizados do pequeno-almoço caríssimo, não pusemos os pés dentro de um único estabelecimento, passando apenas pelas vitrines.

 

Galerias Saint-Hubert.jpg

 

Depois, caminhámos até à Catedral de São Miguel e Santa Gudula (Cathédrale des Sts Michel et Gudule), que achei bonita, tanto por fora como por dentro.

 

Catedral de São Miguel e Santa Gudula.jpg

Interior da catedral de São Miguel e Santa Gudula

 

O Mont des Arts foi o nosso próximo destino e achei o jardim deste local histórico muito giro, com o branco da neve a cobrir o chão. Para além do jardim, este complexo inclui a Biblioteca Real, os Arquivos Nacionais da Bélgica e vários museus de arte, história e até de cerveja!

 

Mont des Arts.jpg

Jardim do Mont des Arts.jpg

 

Optámos por visitar o Museu de Instrumentos Musicais. Penso que a entrada ficou em cerca de 8€ por pessoa com desconto de estudante. Gostei do museu, principalmente da parte dos pianos (haviam lá uns lindos) e gostei também de procurar (e encontrar) instrumentos portugueses. No entanto, não sei tocar nada de nada - o meu conhecimento sobre ler música é zero - e penso que foi por isso que perdi um pouco o interesse lá dentro. O museu é bastante completo e riquíssimo, mas achei-o longe de ser considerado imperdível.

 

Bandolim no Museu de Instrumentos Musicais.jpg

 

Vale a pena ver o edifício onde o museu se encontra - é do estilo Art Nouveau, sendo considerado “World Heritage” pela UNESCO. Infelizmente, como fotógrafa super profissional que sou, apenas tirei uma fotografia, e ficou desfocada… :(


Subindo a colina, fomos dar à Place Royale, onde fica a Igreja de São Tiago em Coudenberg, ou Cathédrale Saint-Jacques-sur-Coudenberg. Aí começou a nevar, o que foi toda uma grande emoção e andávamos a tentar (palavra-chave: tentar) tirar fotos aos flocos minúsculos que nos caiam no nariz e ficavam no cabelo durante uma fração de segundo, como se nunca tivéssemos visto nevar na vida (para ser justa, a maior parte de nós nunca tinha, de facto, visto nevar).

 

Place Royale.jpg

 

Por esta altura, a fome já apertava, pelo que, a caminho de ver a próxima igreja, parámos num café simpático para comer qualquer coisa.

 

fork.png  Lanche

Café du Sablon - por coincidência, quem nos atendeu foi uma portuguesa! É sempre bom encontrar pessoal do teu país no estrangeiro e parece que, como somos uma minoria lá fora, ficamos logo muito mais próximos uns dos outros. Entre os 7, pedimos sopa, cheesecake de limão, uma waffle, um muffin de chocolate e um sumo. Estava tudo maravilhoso e a portuguesa que nos atendeu foi tão simpática que até nos deu um sumo maior do que o pedido e meteu mais toppings na waffle!


Continuámos a percorrer a rua, passando por várias igrejas (como a Igreja de Nossa Senhora das Vitórias de Sablon) e parques (como a Praça du Petit Sablon), nos quais fizemos bolas de neve e as atirámos uns aos outros, porque isso também faz parte!

 

Igreja de Nossa Senhora das Vitórias de Sablon.jp

 

No final do dia, fomos até ao Parc de Bruxelles, que com a neve, apesar de esta já estar a derreter, estava muito giro! Deu para tirar imensas fotos e, quando começou a anoitecer, por volta das 17h, decidimos ir para casa.

 

Parc de Bruxelles.jpg

 

Apesar do dia ter acabado relativamente cedo, por causa dos dias mais curtos de inverno, a verdade é que sinto que conseguimos ver bastante e tirar a pinta geral da cidade em poucas horas!

 

Ao chegar a casa, tivemos uma surpresa desagradável: estava tudo gelado e o aquecimento não estava a funcionar. Para melhorar a situação, a cama de uma das minhas amigas estava partida e ela tinha dormido pessimamente nessa noite. Resultado: ligámos ao dono da casa e passado umas horas ele lá foi solucionar os problemas, sendo que a complicação do aquecimento era só que… este estava desligado :’)



Segundo dia

No segundo dia em que visitei Bruxelas, fomos explorar outra parte de Bruxelas mais longe do centro e apanhámos um Uber para o Parque do Cinquentenário. Embora não seja este aquele a que associamos quando ouvimos as palavras “arco do triunfo”, o Arco do Triunfo Les Arcades du Cinquantenaire não deixa de ser tão imperdível quanto o Arco do Triunfo de Paris. Gostei muito de o ver, mesmo com o tempo chuvoso e cinzento que estava nesse dia - imagino só como deve ser incrível no verão, com bom tempo!

 

Arco do Triunfo do Parque Cinquentenário em Bruxe

Parque Cinquentenário.jpg

 

De seguida, o grupo separou-se - uns foram ao Museu AutoWorld, que tem uma coleção de carros enorme (eles adoraram) e eu e outros dois amigos meus fomos explorar aquela zona, sem saber bem o que lá havia. 

A primeira coisa que reparámos no google maps é que estávamos bem perto de uma sede da Google. Como estudantes de Informática, decidimos ir logo dar uma espreitadela. Por acaso, alguma vez já viram o filme “Os Estagiários” (The Internship)? A sede da Google nesse filme é nos USA, e é incrível. Ora, eu não estava à espera de escorregas ou bicicletas com as cores da empresa, mas não posso negar que não estivesse com expectativas de ver letras bem grandes a dizer Google num prédio enorme.

No entanto... era só um prédio normal em que dois ou três andares pertencem à Google, sem nada de especial. Nem dava para tirar fotografias… :(

A seguir, dirigimo-nos a um parque que havia lá perto, o Parc Léopold. Parecia ser encantador no verão com os lagos e os espaços verdes, mas como estava um tempo tão mau, não conseguimos aproveitar como deve ser, estando sempre a tentar escapar da chuva. Felizmente, haviam, junto a esse parque, vários edifícios sob os quais nos podíamos abrigar. Fomos ter a um todo envidraçado ao calhas e, após alguns momentos, reparámos que não éramos os únicos - havia mais gente ali, principalmente turistas. E, curiosamente, estavam a tirar fotos ao edifício. 

Nós não fazíamos ideia do que era aquele prédio, e prontamente fomos investigar à internet. Qual é a nossa surpresa quando descobrimos que… estávamos à porta do Parlamento Europeu! Nem sei como me escapou que era ali tão próximo, mas foi uma excelente coincidência! Mas, azar dos azares… naquele dia em específico estava fechado, e não tivemos hipótese de visitar… Fomos depois espreitar o Museu das Ciências Naturais, que dizem ser muito bom, mas mais uma vez tivemos azar e estava fechado para limpezas! 

 

Parlamento Europeu em Bruxelas.jpg

 

É por estas razões que costumo planear tudo muito bem antes, mas azares acontecem e os imprevistos fazem parte da experiência.

De qualquer maneira, não teria dado grande tempo para visitar qualquer uma das hipóteses, pois os meus amigos não tardaram a sair do museu que estavam a visitar e fomos almoçar, que já estávamos com fome.

Naquele dia era domingo, o que significava que, ao contrário do que acontece em Portugal, muito poucos restaurantes estavam abertos e acabámos por ir a um que não era propriamente barato (pelo menos para nós).

 

fork.png  Almoço

Grand Central - O restaurante era mesmo, mesmo muito bom. Desde a decoração e o ambiente à comida em si. Pedimos hamburgueres e uns sumos fantásticos, mas também pagámos bem por isso - ficou em cerca de 15€ cada refeição, sem sobremesa!

 

Almoço no Grand Central em Bruxelas.jpg

 

Faltava-nos ver o Manneken Pis e comprar souvenirs. Alguns de nós optaram por ir de Uber, porque era um pouco longe e eu estava super doente. O que não contávamos era que começasse uma manifestação quase ao mesmo tempo que entrávamos no carro, o que significou que o tempo da viagem triplicou e pagámos um balúrdio por uma viagem que devia ter sido de apenas 15 minutos.

Finalmente chegámos ao Manneken Pis, a pequena (muuuito pequena) estátua do menino a fazer xixi. Foi neste local que notei um maior aglomerado de pessoas, mas também a atração é tão pequena, que é difícil as pessoas se manterem afastadas se a quiserem ver.

 

Manneken Pis.jpg

 

Durante o resto do dia passeámos pelas ruas ali próximas, que são as que têm mais lojas de souvenirs, chocolaterias e, até, uma loja de BD muito gira para aqueles que gostam dos lendários Timtim ou Smurfs - de origem belga!

 

Assim terminaram os nossos dois dias em Bruxelas. Escusado será dizer que saí de lá cheia de chocolates e com vontade de conhecer mais, não só da cidade, mas do país! Infelizmente, não tive tempo para ver algumas coisas que gostaria (como o Atomium), mas penso que aproveitei bem o tempo que tínhamos, se bem que mudaria uma ou duas coisas - nomeadamente, ir ao Parlamento num dia que estivesse aberto… Mas fica para outra altura, porque quero voltar!

 

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Bruxelas - Dois dias na capital belga.png

Dom | 26.07.20

Bruges // O meu dia na cidade medieval da Bélgica

Joana Lameiras

Canal em Bruges.jpg

 

Bruges: uma das cidades europeias que mais gostei de visitar e o meu dia favorito na minha viagem à Bélgica. Foi também o dia em que estive super doente e com vontade de cair para o lado, mas nem isso conseguiu manchar a impressão espetacular com que fiquei desta cidade.

De manhã, apanhámos o comboio de Bruxelas para Bruges. Na Bélgica, a SNCB (a empresa de transporte ferroviário do país), tem um tipo de bilhete de ida e volta de fim-de-semana que se pode comprar e utilizar em qualquer momento de sábado e domingo e que fica a metade do preço de um bilhete comprado durante a semana. Tem que ser comprado online, penso eu, e no caso de Bruxelas-Bruges, ficou a 15.80€.

Como era sábado, tivemos sorte e pudemos usufruir desta vantagem. Metemo-nos dentro do comboio, que é super confortável, e partimos rumo a Bruges.

 

Viagem de comboio na Bélgica.JPG

 

Passado 1h, chegámos ao nosso destino. Para ir para o centro da cidade, passámos pelo parque Minnewater, cujos lagos estavam parcialmente congelados, tal era o frio.

 

Minnewaterpark.jpg

 

À medida que nos íamos aproximando dos pontos turísticos, fomos reparando nas cores da cidade, sempre nos tons acastanhados, nas paredes de tijolo, no tipo de arquitetura das casas que dava um encanto especial às ruas. Só caminhar por Bruges é suficiente para se sentir que se está num sítio diferente, quase de outro tempo, com carruagens e cavalos a passarem, e os canais lindos que também contribuem para aumentar a beleza da cidade.

 

Vista para o canal em Bruges.jpg

Jardim em Bruges.JPG

 

Entrámos na Igreja de Nossa Senhora primeiro. A entrada é gratuita e a igreja é bonita por dentro, mas o que salta realmente à vista é a parte exterior - a sua torre tem 122 metros de altura e é a mais alta de Bruges.

Decidimos de seguida ir experimentar a lendária cerveja belga. 

 

fork.png  Cerveja

Moja ulubiona piwiarnia - Esta cervejaria tinha imensa variedade e tinha também menus giríssimos que estavam pendurados no teto por um elástico e que tinham de ser puxados por nós para os lermos. Para cada cerveja existia um copo específico e pedimos todos diferentes. Não posso dizer que tenha gostado da cerveja que pedi porque não sou nada apreciadora da bebida no geral, mas os meus amigos gostaram. Um deles também pediu uma salsicha (eu não pedi porque era um pouco caro) e estava bem boa! Mas o que eu realmente gostei muito no bar foi a sua localização. Tem esplanada, que é mesmo à beira da água, e tem uma vista para o outro lado do canal. A esplanada estava decorada com luzes pequeninas, que lhe deu bastante graça. Na fotografia seguinte, o bar é onde está a árvore decorada com bolas.

 

Bruges.jpg

Cerveja em Bruges.jpg

 

Para adoçar a boca, seguimos para uma waffle com chocolate.

 

fork.png  Waffles

House of Waffles Brugge - Waffles muito boas, apesar de ter deixado cair metade da minha no chão... mas a regra dos três segundos existe para alguma coisa :’)

 

Eu com uma waffle em Bruges.JPG

 

O que há mais nesta cidade são chocolaterias. Em cada canto há uma e não me estou, certamente, a queixar. Mas se és um amante de chocolate como eu, tens de ter muito força de vontade para não esvaziares a carteira em cada loja que encontras. A variedade de chocolates é tanta, e têm tão bom aspeto, que ainda nem sei como é que trouxe só 4 caixas de trufas para Portugal.

Passeámos durante bastante tempo nas lojas, tanto de souvenirs como de chocolates, enquanto caminhávamos rumo ao próximo destino.

Seguimos para Grote Markt, ou Grande Praça, traduzido do holandês. Muito, muito gira, com casas típicas coloridas e outros edifícios imponentes, nomeadamente o Campanário de Bruges. Esta, para mim, é a edificação mais bonita de Bruges. Decidimos não subir pois pagava-se e, para além do mais, havia bastante fila, o que significava que iríamos ter de passar bastante tempo nesse local. 

 

Grote Markt.jpg

Campanário de Bruges.jpg

 

Nessa mesma praça decidimos, finalmente, pedir batatas fritas, outra das comidas típicas da Bélgica.

 

fork.png  Batatas fritas

As batatas eram de uma rulote e infelizmente não consigo encontrar o nome :( Era a única da praça, mas não faço ideia se costuma ou não estar sempre lá. As batatas eram facilmente as melhores que já comi e tanto a maionese como o ketchup eram magníficos! Recomendo a maionese, foi o que pedi e foi o meu molho favorito dos que provei. A foto seguinte é das batatas da minha amiga Telma, com ketchup.

 

Batatas fritas em Grote Markt, Bruges.JPG

 

Assim que acabámos de comer, fomos para a Praça de Burg. Embora mais pequena e menos rica do que a Grote Markt, é também muito gira e é nela que se situa a Basílica do Sangue Sagrado, um ponto bastante turístico de Bruges. Mais uma vez não entrei na basílica, mas a entrada é gratuita, por isso para quem tem tempo e interesse deve valer a pena. Tenham só atenção para não a deixar passar despercebida, porque no meio de tantos edifícios, não se destaca muito na praça.

 

Praça de Burg.jpg

 

Para terminar o dia, como ainda tinhamos uma ou duas horas antes do comboio partir, fomos para um local por muitos considerado o mais fotogénico de Bruges: Groenerei. Groenerei é uma parte do canal que passa na cidade e as pontes que o atravessam são excelentes lugares para tirar umas boas fotos. Passámos mais de meia hora neste sítio, que, por causa de ser inverno, estava bastante deserto. Recomendo muito, são as vistas mais bonitas para o canal!

 

Groenerei.jpg

Vista em Groenerei.jpg

 

Mesmo antes de regressarmos a Bruxelas, passei por uma última chocolateria para beber um chocolate quente.

 

fork.png  Chocolate quente

The Chocolate Crown - Numa zona menos turística, os preços decrescem significativamente e fiquei satisfeita por esperar até encontrar esta loja para comprar um chocolate quente, porque foi bastante barato. Da marca Le Comptoir de Mathilde, este chocolate quente é apenas um bloco de chocolate sólido com uma colher de madeira espetada no meio, que se derrete e fica delicioso quando mergulhado no leite. Penso que ficou em 2.5€, um preço único para esta cidade tão turística!

 

Na viagem de regresso, sentiamo-nos todos extremamente cansados mas felizes pelo dia que tínhamos tido! Ainda tive a oportunidade de conhecer um rapaz de Ghent, que me falou da sua cidade e me deixou com pena de não termos tempo de a visitar durante esta viagem.

No geral, Bruges foi encantador. É tudo muito perto e todas as ruas são cheias de vida (e de armadilhas para turistas).  É uma daquelas cidades que nos faz sentir como se estivéssemos dentro de uma história, a viver numa outra época ou num conto de fadas, e merece definitivamente uma visita!

 

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Bruges - Um dia na cidade medieval da Bélgica.png

Ter | 21.07.20

Intra-Rail pelo Norte // Aveiro, Porto, Guimarães & Viana do Castelo

Joana Lameiras

Do cimo da ponte D. Luis, Porto.jpg

 

Desde que soube da sua existência, que sempre quis fazer um Inter-Rail. Que amante de viagens, especialmente de viagens de comboio, como eu, não quer? Parece um sonho, viajar livremente pela Europa, com o transporte entre cidades e países pré-pago, resultando em menos preocupações. Devo confessar que acho que há qualquer coisa de espetacular poder dizer que “fiz um Inter-Rail”.

No entanto, nunca o fiz. Continuo com esse sonho, mas ainda não tive oportunidade de o realizar e, agora com a situação do COVID-19, não terei essa oportunidade tão cedo. No entanto, tive a chance de fazer uma outra viagem há uns anos, em muito semelhante a um Inter-Rail mas com uma pequena diferença: é em Portugal.

Em 2016, no verão mesmo depois de completar o ensino secundário e antes de entrar na universidade, fiz um Intra-Rail. Para aqueles que não sabem o que é, um Intra-Rail é um passe de 3 ou 7 dias, que durante esse período de tempo, vos permite viajar à vontade de comboio por Portugal e incluí, respetivamente, 2 ou 6 noites em pousadas da juventude por todo o país. Pode ser adquirido em qualquer ponto de venda da CP e há desconto caso tenham cartão jovem. É, basicamente, a versão low-cost e mais perto de casa de fazer um Inter-Rail - até a podem ver como um treino para viajar lá fora.

Dito isto, o Intra-Rail não foi só mais uma viagem. Foi uma das minhas viagens favoritas, uma das mais divertidas que tive e bonitas, também. Porque viajar dentro do nosso país não tem de ser menos espetacular do que viajar lá fora. Temos a sorte de ter praias incríveis, parques lindíssimos e uma variedade de monumentos de tirar o folêgo. E, na minha opinião, não há melhor altura para explorar Portugal do que agora mesmo - já que estamos nesta situação de pandemia mundial, porque não aproveitar e tirar partido do melhor que o país tem para dar?

Assim, deixo aqui a minha experiência com o Intra-Rail, incluindo cidades visitadas e o que gostei mais em cada uma delas.

 

Fiz a viagem com mais 5 amigas minhas e escolhemos a modalidade dos 7 dias, por acreditarmos que compensava mais. Optámos por ir para o Norte e decidimos fazer o trajeto Aveiro ➡ Porto ➡ Guimarães ➡ Viana do Castelo (incluindo um dia em Ponte de Lima), partindo de Coimbra.

mapa.png

Como o passe inclui as dormidas nas pousadas da juventude, convém marcar com antecedência junto das mesmas, para garantir que há lugar para todos. Decidimos passar uma noite em Aveiro, duas no Porto, uma em Guimarães e duas em Viana do Castelo. Acho que foi um bom plano, com uma pequena exceção: gostei tanto de Guimarães, que fiquei com pena de só lá passar uma única noite, apesar de termos aproveitado bem o dia em que lá estivemos.

Uma das vantagens do Intra-Rail é que, como temos as viagens de comboio asseguradas, podemos escolher qualquer uma (exceto Alfa-Pendular), a qualquer hora - só temos de passar na bilheteira uns minutos antes para validar o passe e obter os nossos bilhetes. Isto permite-nos uma grande flexibilidade, que foi algo que eu gostei. Não tínhamos de ter tudo planeado ao milímetro, nem pouco mais ou menos. Apenas sabíamos que em dia X e Y íamos dormir em determinada cidade, e o resto era ao sabor do vento.

 

AVEIRO

As minhas sugestões para Aveiro são:

  • Fazer um passeio de Moliceiro, o tradicional barco de Aveiro. Não é por acaso que esta cidade é conhecida como a Veneza de Portugal...

 

Moliceiro em Aveiro.jpg

 

  • Visitar o Parque da Cidade (Parque Infante D. Pedro). Muito agradável, com sombras e mesas, é perfeito para fazer piqueniques. Também é bom para tirar fotos - ficámos umas boas horas a fazê-lo!

 

Parque da Cidade Aveiro.jpg

 

  • Comer uma tripa de Aveiro, de preferência, de chocolate. Só de me lembrar, fico com água na boca. Esta é daquelas coisas que não pode mesmo faltar!
  • Comprar uma caixinha de ovos moles - confiem em mim, a vossa família vai agradecer-vos.

 

Algo que também vale a pena mas que não fiz durante o Intra-Rail é:

  • Visitar a Costa Nova. As suas casinhas tão características são encantadoras.
  • Fazer praia na Barra. Com um grande areal, um bonito farol e a possibilidade de comprar tripas de chocolate mesmo pertinho (não sei se já repararam no meu fascínio pela comida desta cidade), é o sitio indicado para passar um belo dia!

 

Pôr do sol em Aveiro.jpg

 

PORTO

Tivemos dois dias no Porto, porque, como todos sabem, é um sítio com muito para ver. Mesmo assim, para realmente aproveitar a cidade, não acho que seja suficiente - o melhor é mesmo três ou quatro dias para ver o que o Porto tem de melhor!

As minhas sugestões são:

  • Passear pela Ribeira do Rio Douro e subir à ponte de D. Luis. É algo bastante cliché, mas acho que vale a pena realçar, porque é um sítio que eu acho muito, muito bonito. Ver o pôr-do-sol do cimo da ponte é espetacular. Poder sentar-me numa esplanada num dia de sol à beira rio e a observar o movimento à minha volta é um excelente fim de tarde e, sempre que vou ao Porto, não posso deixar de repetir esta experiência!

 

Ponte D. Luis, Porto.jpg

Ribeira do Porto.jpg

 

  • Ir à Fundação de Serralves. Este é um sítio mesmo perto da Pousada da Juventude, pelo que, para nós, foi um saltinho até lá. Tem um dos parques mais bonitos de Portugal (perfeito para fotos) e oferece também a oportunidade de admirar a coleção de arte contemporânea da Fundação. Passámos a manhã inteira perdidas pelo parque, e perder-me-ia novamente. Vale mesmo a pena, é lindo.

 

Parque de Serralves no Porto.jpg

Serralves no Porto.jpg

Fundação Serralves no Porto.jpg

 

  • Comer francesinha. Devo confessar que não sou a maior amante deste prato, mas quando é bem feito, sei reconhecer. Podem encontrá-lo em quase todos os restaurantes, mas recomendo irem ao Capa Negra, não vão ficar desiludidos.
  • Visitar a Livraria Lello. Apesar da J.K. Rowling, a famosa escritora de Harry Potter, ter vindo muito recentemente anunciar que este local não foi, de facto, inspiração para a lendária série de livros, a Livraria Lello continua a merecer a atenção de todos nós.
  • Deambular pelas ruas do Porto. Acho que, mais espetacular do que visitar monumentos nesta cidade, é mesmo passear lá fora, ir à descoberta. Caminhar pelas ruelas coloridas e rústicas que caracterizam esta zona é imperdível. Passámos pela Torre dos Clérigos, Avenida dos Aliados e Sé do Porto, por exemplo. Todos emblemáticos e que enriquecem a experiência de visitar esta cidade.

 

Porto.jpg

Sé do Porto.jpg

 

GUIMARÃES

Cheia de história, acho que esta cidade encanta qualquer um. Começando pela Pousada da Juventude, com um aspeto diferente das outras, mais rústico, e mesmo pertinho do centro histórico de Guimarães. Ficámos num quarto para as 6 super espaçoso, o que nos soube bem. Tenho a sensação que éramos quase as únicas hospedadas na pousada, o que significava que podíamos estar mais à vontade.

No geral, o ambiente da cidade é quase como que o ambiente de uma aldeia, sem confusões, e acho que foi isso que gostei mais. Quero voltar a Guimarães um dia, mas desta vez com carro, porque senti que, ao contrário das outras cidades, gastámos bastante tempo e energia a ir de um ponto de interesse para outro.

Sugestões:

  • Ir até à Montanha da Penha. Vai-se de teleférico até lá, e só por essa viagem já vale a pena. Percorre 1700 metros e trata-se de, provavelmente, o primeiro teleférico a entrar em funcionamento em Portugal! A montanha em si é linda e possui um parque de campismo no qual eu fiquei cheia de vontade de me hospedar. A Penha proporciona vistas únicas sobre a região e tem o Santuário da Penha, uma obra emblemática de Guimarães.

 

Montanha da Penha.jpg

Caminhos da Montanha da Penha.jpg

 

  • Visitar o Castelo de Guimarães. Com a possibilidade de andar pelas muralhas e de explorar o seu interior, este castelo tem sem dúvida o seu interesse, particularmente para quem gosta de história.

 

Castelo de Guimarães.jpg

 

  • Passear pelas praças e largos. Guimarães tem a Praça de São Tiago, que à noite ganha ainda mais vida. Tem também o Largo da Oliveira, com a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira e o Padrão do Salado, um monumento único. Para terminar, a mais bonita igreja de Guimarães, na minha opinião, é a Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, pelo menos por fora. Não tive oportunidade de entrar, mas achei-a imponente, assim como as duas torres que a ladeiam.



PONTE DE LIMA & VIANA DO CASTELO

Decidimos, enquanto estávamos em Viana, ir um dia a Ponte de Lima. Como não tínhamos carro, sinto que perdemos a oportunidade de conhecer a vila como deve ser, mas mesmo assim conseguimos admirar a sua beleza natural junto ao rio em várias ocasiões. Algo que também gostei, e a principal razão pela qual decidimos ir à vila, foram as Feiras Novas, uma festa anual que estava a decorrer nessa altura. As ruas estavam animadas, cheias de música e bancas de comida, o que contribuiu para tornar a nossa visita mais interessante!

 

Ponte de Lima.jpg

 

Relativamente a Viana do Castelo, as minhas sugestões são:

  • Ir até à Praça da República. É um dos principais pontos turísticos da cidade, e com boa justificação - uma praça bonita, com três monumentos nacionais: o Chafariz, os Antigos Paços do Concelho e o Edifício da Misericórdia.

 

Chafariz na Praça da Républica em Viana do Caste

Antigos Paços do Concelho.jpg

 

  • Comer uma bola de berlim. Eu sou apaixonada por bolas de berlim. E, durante muito tempo, achava que era impossível haver melhor do que as das praias do Algarve. Depois, provei as bolas da Pastelaria Cafetaria Natário e finalmente vi a luz (muito dramático, eu sei). São incríveis, espetaculares, deliciosas. A pastelaria fica mesmo ao pé da praça da República e costuma ter fila - se não tiver, é porque provavelmente as bolas já acabaram. Fabricam 1000 por dia, em várias alturas, pelo que o melhor é irem lá com antecedência perguntar as horas de fabrico, para não arriscarem perder esta oportunidade!
  • Passear no centro histórico. Com ruas, ruelas e praças, Viana do Castelo tem alguns tesouros mais escondidos, e recomendo caminharem sem rumo, para explorar a cidade. A Sé Catedral de Santa Maria Maior é um dos exemplos do que podem encontrar.

 

Algo que não tivemos oportunidade de fazer, mas que deve valer a pena:

  • Subir a Santa Luzia. Infelizmente, o elevador estava avariado quando lá fomos!

 

Em Viana, também nos aconteceu algo que tornou a cidade ainda mais especial: saíram os resultados das colocações para a entrada no ensino superior! Foi na última noite, e pouco dormi com todo o entusiasmo. No dia seguinte, a regressar a casa, não falávamos de outra coisa. No fundo, estávamos a terminar uma aventura e, ao mesmo tempo, a começar outra bastante diferente e que, como todas as aventuras, nos marcaria de uma forma única.

 

Aquilo que mencionei neste post não é tudo o que acho que valha a pena fazer nestas cidades, nem tudo o que fiz - são apenas alguns destaques das coisas que mais gostei e que quero recomendar.

Quero salientar que o Intra-Rail não é necessariamente a maneira mais barata de fazer uma viagem destas. Se marcarem tudo com antecedência, incluindo alojamento e viagens de comboio (um a dois meses antes), penso que conseguem uma viagem mais económica. No entanto, se como nós, quiserem estar mais à vontade e ter um plano flexível, julgo que o Intra-Rail é uma ótima opção - podem decidir a hora a que vão para uma cidade no próprio dia ou no anterior, como nós fazíamos sempre. Assim, se gostarem muito de um sítio ou se mudarem de ideias, podem adaptar a viagem com facilidade.

 

Espero ter inspirado alguém a enfiar-se no comboio (ou no carro, ou na bicicleta) e partir à descoberta de Portugal! Por mais que pensem que conhecem o país, garanto-vos que ele vos vai surpreender. ;)

 

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IntraRail pelo Norte de Portugal - Aveiro, Porto,

Sab | 18.07.20

Nova Iorque // Roteiro Low Cost de 6 dias

Joana Lameiras

Skyline de Manhattan, vista de Hoboken, Nova Jersey

 

Em maio do ano passado, finalmente pude fazer algo com que já sonhava há uns tempos: comprei bilhetes de avião para Nova Iorque para mim e para o resto da minha família.

Nos meses que se seguiram, fartei-me de pesquisar pontos de interesse, meios de transporte e possível alojamento para podermos aproveitar o tempo da melhor forma e ter uma experiência especial e económica. Acabámos por não seguir à risca o roteiro que tinha feito inicialmente, mas isso é sempre inevitável - os imprevistos acontecem, especialmente quando se viaja com um grupo de 9 pessoas - e, de qualquer maneira, isso também dá piada à coisa. 

Tal como em todas as minhas viagens, fiz os possíveis para poupar dinheiro, e, ao mesmo tempo, evitar ao máximo perder na experiência. Ir a Nova Iorque nunca fica barato, mas há maneiras de não estourar a carteira por completo, continuando a aproveitar o que a cidade tem para oferecer, e neste roteiro vou apresentar algumas das minhas alternativas low-cost.

O que se segue é um resumo geral daquela que foi uma das viagens mais diferentes e espetaculares que tive até hoje. Sinto que sair da Europa pela primeira vez deve ser sempre um choque, e ir para Nova Iorque, com o seu caos inerente, ensinou-me um pouco mais sobre o mundo e abriu-me os olhos em relação às diferenças que os dois continentes têm entre si - que não são poucas.

 

Ver voos, alojamento e transporte.

 

travel.png

   ITINERÁRIO

 

DIA 0 - Chegada

Este primeiro dia foi passado essencialmente em viagem. Quando finalmente chegámos a casa em Nova Jersey, pedimos comida através do Uber Eats e aterrámos na cama - pouco passava da meia-noite nos USA, mas em Portugal eram já 5h da manhã.

 

Passaporte e bilhete de avião para Nova Iorque

 

DIA 1 - Staten Island Ferry, Little Italy, World Trade Center, Memorial 9/11

DIA 2 - High Line, KoreaTown, Washington Square Park

DIA 3 - Brooklyn, Times Square

DIA 4 - Central Park, MET

DIA 5 - Pequeno-almoço americano, Ilha Roosevelt, Broadway

DIA 6 - Últimos passeios, regresso a Portugal

O nosso voo era só à noite, pelo que tivemos a oportunidade de passear um pouco por Nova Iorque, pedindo ao dono do nosso alojamento para guardar as nossas malas.

 

Times Square

Times Square

 

E... chegou o fim. Pusemo-nos no avião e chegámos a Portugal no dia seguinte, pelas 11h, cansadíssimos mas super satisfeitos com a viagem!

 

No geral, sinto que consegui aproveitar a cidade bem. Viajei num grupo grande, com pessoas que não têm todas o mesmo ritmo, pelo que se torna mais complicado de fazer tudo o que cada um quer, e há sem dúvida experiências que queria ter tido e não tive oportunidade para tal. Mas tudo o que isso significa é que irei ter de lá voltar um dia, e não me vão ouvir queixar! ;)

 

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Nova Iorque - Roteiro Low Cost de 6 dias

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