Faz já mais de 2 anos desde que fiz as malas e me meti num avião rumo à Suécia, começando uma das maiores aventuras da minha vida. Vivi em Estocolmo quase 7 meses. Era suposto terem sido 9, mas a pandemia apareceu e, tal como fez a muita gente, estragou-me os planos. De qualquer maneira, mudar de país e viver na cidade encantadora que é Estocolmo foi uma experiência que mudou a minha vida, da qual já falei um pouco noutros posts (aqui). Estocolmo é uma cidade pela qual irei sempre ter um enorme carinho, disso não tenho dúvidas, e talvez por isso tenha demorado tanto tempo a começar este post. Partilhar aquilo que aprendi sobre esta cidade é um pouco admitir que a aventura acabou, que as minhas explorações terminaram, e custa sempre um bocadinho.
Enquanto estive em Estocolmo, tive várias visitas de amigos e família. Logicamente, fiz o papel de guia para todos, entusiasmada para mostrar aquilo que tinha descoberto da Suécia. Desta maneira, tive a oportunidade de aprofundar o meu conhecimento sobre a cidade e desenvolver um roteiro que optimiza o tempo para aproveitar Estocolmo da melhor maneira possível, independentemente da estação do ano!
Em que época do ano devo visitar Estocolmo?
Pessoalmente, acho Estocolmo mais encantador em duas épocas do ano: no verão (Junho a Agosto), em que é uma cidade super solarenga, com luz quase o dia todo (em Julho, por exemplo, amanhece às 3h da manhã!); e durante os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro, durante os quais é normal nevar, o que traz outra beleza à cidade, já para não falar de todos os ringues de gelo que estão espalhados por Estocolmo.
Durante o verão, é super agradável passear pelas ruas de Estocolmo, muitas vezes a ver balões de ar quente a voar pelo ar. É uma cidade com imensos parques, e sabe mesmo bem fazer piqueniques com aquele verde todo à volta. Para além disso, há centenas de pequenos cafés e bares com decorações super, super giras, muitos deles à beira de água, que ficam 1000 vezes mais agradáveis durante o verão! Para quem gosta de desportos náuticos, Estocolmo também tem imensas ofertas nesse sentido. Nestes meses quentes é bom alugar uma bicicleta durante um ou dois dias, porque a cidade está super bem equipada para ciclistas, e assim dá para conhecer mais sítios durante menos tempo.
Relativamente ao inverno, Estocolmo é igualmente linda. Para mim, visitar Estocolmo em Dezembro é o ideal, ainda melhor do que durante o verão, simplesmente porque oferece uma experiência muito mais única e completamente diferente daquilo que vivemos em Portugal. Primeiro de tudo, a probabilidade de apanhar um nevão é elevada. Eu adoro neve e ver Estocolmo todo branquinho foi espetacular, nunca me fartei. Ainda me lembro do meu primeiro nevão - tirei mais de 1000 fotos nesse dia, nem estou a exagerar! Para além disto, durante o inverno é possível alugar patins e praticar patinagem no gelo, que é algo muito divertido e, mais uma vez, uma experiência bastante distinta do que temos por cá (os nossos ringues de “gelo” não contam…). A cereja no topo do bolo são mesmo as luzes e os mercados de natal, mas esses só no final de Novembro e durante o mês de Dezembro. Mercados pequeninos, com coisas um bocado caras, mas muito giros de qualquer forma!
Como me posso deslocar do aeroporto para a cidade?
Em Estocolmo é tudo um bocado caro, incluindo ubers e táxis. Para além disto, o aeroporto principal de Estocolmo, o Aeroporto de Arlanda, fica bastante longe do centro (cerca de 40km), por isso chamar um uber está completamente fora de questão se tiverem amor à vossa carteira. Felizmente, existe uma ótima solução de nome Flygbussarna, uma empresa de autocarros que nos leva de qualquer aeroporto de Estocolmo até à estação central, com ligação de metro para todo o lado. O custo da viagem de ida para Arlanda, por exemplo, é apenas 119 coroas suecas (aproximadamente 11 euros) e há autocarros de 20 em 20 minutos ou, agora com a pandemia, de 40 em 40. É muito conveniente e está bastante bem assinalado no aeroporto, por isso não há como enganar. A viagem dura cerca de 45-50 minutos.
Para além do Aeroporto de Arlanda, existem outros três aeroportos: o de Skavsta, aeroporto low-cost que é ainda mais longe do centro (bilhete de autocarro da Flygbussarna é cerca de 20 euros), o de Västerås (também longe, também 20 euros) e o de Bromma, o único aeroporto que fica realmente na cidade. Para este, a viagem é apenas de 20-25 minutos, e apesar da Flygbussarna também disponibilizar transporte direto, fica sensivelmente mais barato fazer a viagem através dos transportes públicos disponíveis, apesar de não ser tão cómodo pois é necessário fazer uma troca, de metro para autocarro, a meio.
Como me devo deslocar dentro da cidade?
Apesar de ser uma capital, a grande maioria dos pontos de interesse de Estocolmo ficam bastante próximos uns dos outros, pelo que, seguindo o meu roteiro, os gastos em transportes públicos são mínimos. No entanto, a cidade tem uma ótima rede de metro e autocarros e recomendo o seu uso, quando necessário. Pode-se comprar um cartão SL, que tem o custo de 20 coroas suecas (cerca de 2 euros) e depois carregar com viagens (cada uma é 38 coroas suecas, ou seja, 3.7 euros aproximadamente). Se realmente for necessário andar muito de transportes públicos, podem também apostar num travelcard - existem os de 24h, 72h e 7 dias. O de 72h, por exemplo, é 315 coroas suecas (31 euros), por isso só compensa se fizerem 9 ou mais viagens durante a visita a Estocolmo.
Algo que quero salientar é o facto de que cada bilhete de metro/autocarro tem a validade de 75 minutos. Isto significa que se pode fazer quantas viagens quiser dentro desses 75 minutos, não importa o destino e não importa quantas vezes se passa o cartão para sair do metro e voltar a entrar. Por exemplo, eu ia imensas vezes às compras de metro e acabava apenas por pagar uma viagem, apesar de fazer a ida e a volta para casa.
Estocolmo é uma cidade grande, mas nunca me senti tão segura dentro de estações de metro como me senti aqui. Cheguei a andar de metro à 1h da manhã sozinha, com tudo muito deserto, mas sempre foi tudo tranquilo. É claro que é importante ter cuidado com os nossos pertences, mas digo-vos que me sinto bem mais insegura ao viajar no metro de Lisboa do que alguma vez me senti em Estocolmo!
Para este roteiro, recomendo não apostar no travelcard e comprar apenas o cartão SL, carregando com viagens de acordo com as necessidades.
Itinerário
DIA 1
Gamla Stan
Começamos o dia na parte velha de Estocolmo - Gamla Stan, cujo nome se traduz literalmente em “cidade antiga”. Até 1980, chamava-se Staden mellan broarna - “a cidade entre pontes”, pois é uma pequena ilha entre duas outras partes importantes da cidade - Södermalm e Norrmalm.
Gamla Stan é sem dúvida a zona mais turística e, na minha opinião, mais encantadora de Estocolmo. As suas casas têm uma arquitetura muito característica dos países nórdicos, o que torna esta ilha mesmo bonita e diferente. Tem uma estação de metro mesmo na periferia e basta ir um pouco mais para o centro para começar a ver imensos restaurantes, lojas de souvenirs e pequenos cafés, tudo bastante caro devido à grande afluência de estrangeiros que lá passeiam. É aqui que há mais lojas de souvenirs e por isso recomendo aproveitarem e comprarem logo as vossas lembranças do país.
A minha rua favorita de Gamla Stan é a Västerlånggatan, mas não se preocupem que de uma maneira ou de outra vão lá parar. É a rua mais movimentada, cheia de pequenas lojas giras e cafés muito agradáveis. É nesta rua também que fica o Mårten Trotzigs Gränd, a rua mais estreita da cidade! É, na verdade, praticamente um beco que liga duas ruas, com umas escadas em que apenas cabe uma pessoa de cada vez. Diz-se que se passarem a rua a tocar com as mãos em cada parede e pedirem um desejo ele torna-se realidade. Eu cá não sei… mas experimentei à mesma!
Mesmo perto existem várias igrejas que podem visitar, ou apenas apreciar de cá de fora, pois na maior parte paga-se a entrada. A mais famosa de todas é a Catedral de Estocolmo (Storkyrkan), bastante bonita por dentro. Ao pé desta catedral fica um dos pontos de interesse mais conhecidos de Estocolmo - a Stortorget, a praça mais velha da cidade e também a mais icónica. Aqui ficam casas muito coloridas dos séculos 17 e 18, assim como muitos cafés. Durante o mês de Dezembro, há nesta praça um mercado de natal muito giro, o mais famoso da cidade! Nesta praça está também o Museu Nobel. Nunca lá fui pois nunca me chamou muito a atenção e a entrada era um pouco cara, por isso não consigo recomendar.
Ao sair da praça, entra-se por uma rua próxima e vai-se dar ao Järnpojke, ou Iron Boy (rapaz de ferro), também conhecido como “pequeno rapaz que olha para a lua”. É uma estátua mesmo minúscula, de apenas 15cm, e é o monumento mais pequeno de Estocolmo. Está normalmente rodeado por moedas de vários países, que os seus visitantes deixam por lá, e é comum ver-se turistas a esfregar-lhe a cabeça, pois acredita-se que isso traz boa sorte! Está também muitas vezes com um gorro e um cachecol feitos por pessoal da zona.
Mesmo ao lado fica o grande Palácio Real, a residência oficial da monarquia sueca. Se forem até à entrada têm uma boa vista sobre o parque Riksplan, muito giro, e sobre o Parlamento da Suécia. Podem também ver a troca da guarda diária do palácio real, cuja hora a que ocorre muda segundo o dia da semana e estação do ano.
Gamla Stan é um sítio mesmo rico e interessante e recomendo caminhar pelas ruas, descobrindo a ilha ao ritmo de cada um! Se quiserem comer num restaurante mesmo barato, aproveito para sugerir a Pizzaria Niva. A comida não é nada fora deste mundo, mas os preços são bem inferiores ao da maior parte dos restaurantes da cidade.
Parlamento da Suécia
Ao sair de Gamla Stan, passa-se pelo Parlamento da Suécia (Riksdag), um edifício bastante bonito e o qual pode ser visitado, com reserva antecipada. No entanto, sei que agora as visitas guiadas estão canceladas, devido à pandemia.
Stockholm City Hall
A seguir, atravessa-se a ponte e caminha-se cerca de 12 minutos, pela marginal, até se atingir novamente outra ponte e, finalmente, o Conselho Municipal de Estocolmo, ou Stockholm City Hall. Este é um dos marcos mais importantes da cidade, por ser também o local onde se realiza o banquete anual do Prémio Nobel. É mesmo bonito, com a sua notável torre vermelha de tijolos e o seu parque, com várias esculturas de artistas suecos. Vale a pena dar uma espreitadela, até mesmo porque é um ótimo local do qual se pode apreciar o Lago Mälaren.
Sergels torg
Volta-se a atravessar a ponte e rapidamente se chega à Praça Sergel (ou Sergels torg), em Norrmalm. Esta é a praça mais famosa de Estocolmo, no meio de uma confusão imensa. Aqui existe uma estação de metro junto a um centro comercial, no qual existe uma pequena “loja” com uma interessante planta da cidade de Estocolmo.
Se há algum sítio com muita variedade de restaurantes é este, e por isso recomendo almoçar por aqui. Fica também junto à rua principal de compras, Drottninggatan, pelo que é também o melhor local para explorar as lojas e as muuuitas H&M’s que há por aqui - a cadeia sueca de fast-fashion.
Fika
A Suécia tem um conceito único e muito interessante que gira em torno de tirar um tempo para abrandar o ritmo, beber um café e comer algo doce. Chama-se Fika, e vão ler esta palavra centenas de vezes durante a vossa estadia, porque está escrita em todos os cafés da cidade. Escrevi mais sobre esta tradição e sobre os meus doces favoritos suecos neste post.
Devido a toda esta parte da cultura sueca, existem mesmo muitos cafés espalhados pela cidade. No entanto, nesta zona de Sergels torg e ruas lá próximas, há uma especial incidência, e por isso recomendo pararem e escolherem um sítio confortável e giro para provarem uma das inúmeras delícias suecas. Posso recomendar, por exemplo, o Wayne’s Coffee ou o Expresso House, ambos do género do Starbucks e em grande ambundância pela cidade!
Kungsträdgården
A uma pequena caminhada de distância encontra-se Kungsträdgården, o “Jardim dos Reis”. É um local que vale a pena, não importa a estação do ano. Durante o verão há muitos eventos ao ar livre, na primavera as flores de cerejeira são lindíssimas e durante o inverno existe um ringue de gelo onde podem patinar à vontade! Durante a segunda metade de Novembro, e os meses de Dezembro e Janeiro, encontram lá também luzes de natal, que tornam o sítio ainda mais bonito.
DIA 2
Fotografiska
Começamos o segundo dia numa outra ilha - Södermalm, do outro lado de Gamla Stan. Aqui fica o meu museu favorito de Estocolmo - um museu de fotografia. Chama-se Fotografiska e tem sempre exposições diferentes, inovando constantemente. Uma pessoa pode ir imensas vezes ao museu sem ver uma única peça repetida. Adorei ir ao museu e é aquele que eu recomendo mais, acima de tudo. A entrada não é muito barata mas vale 100% a pena. Os bilhetes podem ir desde os 15 euros aos 23, dependendo do dia e hora escolhida! Recomendo reservarem os bilhetes online pois assim conseguem escolher as alternativas mais baratas. Para chegar ao museu, basta sair na estação de Slussen e caminhar um pouco.
Södermalm
Södermalm é a parte hipster da cidade, com lojas e cafés diferentes do habitual. Tem também parques, como o Mariatorget, que é bastante agradável, e igrejas, como a igreja de Katarina (Katarina Kyrka) ou a igreja de Sofia (Sofia Kyrka). A minha sugestão é mesmo passear pela zona e explorar ao ritmo de cada um. Esta área é particularmente bonita durante o verão, com os coloridos balões de ar quente sempre a passar pelos céus e o verde das plantas e árvores em todo o lado. Se houver tempo, fazer um picnic por estes lados é super agradável!
Miradouros
É em Södermalm que se têm as melhores vistas da cidade, sem dúvida alguma. O ponto mais alto natural do centro de Estocolmo é Skinnarviksberget, um sítio lindíssimo… e o meu favorito. Existe também o Monteliusvägen e Mariaberget, tudo pontos que proporcionam bons panoramas da cidade e todos muito juntos. Perfeito para tirar umas fotos e simplesmente relaxar a ver as belas vistas de Estocolmo durante uns momentos. Ao pé da estação de Slussen, a 10 minutos a pé de Mariaberget, existe ainda outro miradouro icónico - Katarinahissen, um elevador de 38m que se transforma em bar/restaurante durante o verão. É sempre possível subir e ver as vistas, se bem que devo avisar que com o nível de construção que habitualmente existe em Estocolmo e a quantidade de gruas na cidade, a vista daqui não é tão bonita como a de Skinnarviksberget, por exemplo.
Tour das estações de metro
Mesmo que não precisem de andar de metro, não percam a oportunidade de explorar as estações lindíssimas de Estocolmo. Reservem mesmo uma hora do vosso dia para andar de estação em estação, tirar muitas fotos e ficar de boca aberta com toda a criatividade e beleza que cada uma tem. Se estiverem perto da estação de Slussen, entrem no metro e apanhem qualquer uma das linhas até T-centralen, a estação central de Estocolmo. De seguida, apanhem a linha azul até Kungsträdgården. Ainda na linha azul, saiam na estação de Rådhuset. Continuando na linha azul, vão até Solna Centrum.
Voltem para T-Centralen e apanhem a linha vermelha, até à estação de Stadion. Esta é facilmente a mais famosa de todas, com o seu arco-íris maravilhoso. O objetivo desta estação era fazer os passageiros pensar no céu azul e brilhante, na natureza, apesar de estarem debaixo da terra. Devido ao clima da Suécia e à escuridão a que todos são sujeitos durante grande parte do ano, há elevadas taxas de depressão e até suícidio, o que torna uma iniciativa destas ainda mais interessante.
Para terminar, continuem na linha vermelha até Tekniska Högskolan, a estação da minha universidade antiga - KTH, e onde eu vivi! Aqui a arte é baseada em ciência e até tem equações escritas pelas paredes.
As minhas fotos não fazem mesmo justiça, mas as estações são mesmo algo único que merece ser visitado. Se tiverem interesse em espreitar uma linda universidade, com uma arquitetura espetacular, saiam da estação e vão até ao campus da KTH! Por trás da universidade ainda existe uma floresta espetacular, à qual eu ia passear imenso enquanto vivi na Suécia. Dependendo da altura do ano, pode ser que vejam por lá veados ou até mesmo raposas e alces!
DIA 3
Djurgården
Djurgården é outra ilha de Estocolmo, uma extremamente bonita, com a sua grande floresta, e cheia de cultura, com imensos museus a visitar. Durante o verão é espetacular passear por entre a natureza e ver todos os monumentos. É também possível ir a Gröna Lund, um parque de diversões que parece ser mesmo incrível, apesar de eu nunca ter tido oportunidade de experimentar, pois fechou pouco depois de eu chegar a Estocolmo.
Durante o inverno, essencialmente no mês de Dezembro, existe nesta ilha um mercado de natal super giro e diferente que vale mesmo a pena visitar. Bem, na realidade até existem dois - o segundo é no museu Skansen, mas paga-se para entrar e não é pouco. No entanto, este museu é um dos mais conhecidos de Estocolmo, sendo o museu ao ar livre mais velho do mundo. Nele, é possível ver como era a vida em diferentes partes da Suécia antes da era industrial, para além de ter também um jardim zoológico!
Em Djurgården existem também outros museus, como o museu dos ABBA, o museu da tecnologia e o museu dos vikings. Para este roteiro, escolhi dois dos museus mais famosos - o Museu do Vasa e o Museu Nórdico. No entanto, penso que há tempo suficiente no dia para dar uma espreitadela noutro museu e não faltam escolhas!
Museu do Vasa (Vasamuseet)
O museu do Vasa é um museu mesmo único pois é todo construído à volta de um navio, o navio Vasa. Este navio afundou em 1628 durante a sua inauguração e permaneceu debaixo de água durante 333 anos. No museu é possível não só ver o navio de bem perto, como saber mais sobre a história da sua construção e o porquê de ter afundado. Bastante interessante, uma experiência diferente!
Museu Nórdico (Nordiska museet)
O museu Nórdico fica num belíssimo edifício, também em Djurgården. É essencialmente sobre a história e cultura do povo sueco, apesar de ter também uma exibição sobre o ártico mesmo interessante!
Strandvägen
Ao sair de Djurgården, atravessando a ponte, chega-se a Östermalm, uma zona residencial um pouco chique, cheia de bares e discotecas. É uma boa zona para almoçar ou lanchar, tem imensos restaurantes. Aqui localiza-se uma marginal bonita, Strandvägen, mesmo agradável para passear.
Tenho muitas saudades de Estocolmo e mal posso esperar para lá voltar e rever tudo isto outra vez. Há mais pontos de interesse na cidade mas estes são sem dúvida aqueles que acho mais singulares e perfeitos para uma primeira vez na Suécia. Se quiserem estender a vossa viagem por este país, aproveito para recomendar um saltinho à lapónia para uma verdadeira experiência nórdica! Podem ler o meu post sobre o norte da Suécia aqui.
Se alguma vez viram fotos de paisagens pitorescas com rochas únicas e centenas de balões de ar quente ao nascer do sol, provavelmente essas fotos foram tiradas na região da Capadócia, Turquia - um dos sítios mais fotogénicos do mundo inteiro.
Quando soube que ia à Turquia, decidi imediatamente que esta seria uma das paragens da minha viagem. Era impossível não vir aqui, impossível desperdiçar esta oportunidade de ir a um dos locais mais bonitos e únicos de sempre. E que boa que essa decisão foi! A Capadócia deixou-me boquiaberta com tudo o que tinha para oferecer. Que sítio mais lindo, com uma natureza fora do comum e espetacular. Mesmo tendo apenas explorado esta zona durante pouco mais de um dia, fiquei apaixonada. Visitei aquilo que queria visitar, vivi a experiência ao máximo, mas aviso que foi completamente extenuante! Extenuante, mas valeu a pena a 100%.
Alojamento
A capital turística da Capadócia é uma pequena terra chamada Göreme, muito adorável e cheia de hotéis. Escolhi um hotel chamado Stone House Cave Hotel, um sítio lindíssimo, com uma arquitetura espetacular, preços razoáveis, localização ótima e uns recepcionistas sempre prontos a ajudar, que trataram de imensas coisas por nós e nos auxiliaram sempre que preciso. Recomendo este hotel ao máximo.
Itinerário
DIA DE CHEGADA
Chegámos bastante tarde a Göreme e ao hotel, e por isso fomos diretos comer alguma coisa a um restaurante.
Jantar
Old Cappadocia - Já era tarde quando fomos jantar e por isso o restaurante estava bastante vazio. O espaço era bastante grande, o pessoal que servia às mesas muito simpático e a comida ótima! Aqui pedi uma massa de frango e cogumelos que claramente tinha sido feita com massa fresca e o sabor era excelente. As sopas também são muito boas.
DIA 1
O nosso dia começou bem cedinho, às 4h30 da manhã. Acordámos, vestimo-nos e descemos para a entrada, onde o carro da Butterfly Balloons nos apanhou e levou para o pequeno-almoço na sua sede.
Sim. Fomos andar de balão!!!
Esta era sem dúvida a experiência para a qual eu estava mais entusiasmada de toda a viagem. E, sinceramente… foi espetacular. Foi espetacular mesmo com as dores de barriga com que eu estava no início do dia, e não eram poucas! O meu estômago escolheu o momento errado para começar a dar voltas… Mas eventualmente, passou. Depois de tomar o pequeno-almoço incluído, lá nos sentámos novamente no carro e partimos rumo ao sítio onde estava o balão, e de onde iríamos descolar.
Por esta altura, o sol já começava a nascer e já se viam alguns balões no ar. Entrámos no cesto do nosso balão e levantámos voo super suavemente. Ganhámos altitude e vimos uma das paisagens mais bonitas e mais pacíficas das nossas vidas… foi um momento como nunca tinha vivido. Adorei, simplesmente. Algo que todos têm de fazer pelo menos uma vez na vida.
O voo durou cerca de 1 hora e depois de aterrarmos (de uma maneira também super suave), ainda ajudámos a esvaziar o balão, o que foi super giro, e tivemos a oportunidade de beber champanhe para celebrar! Champanhe às 7h30 da manhã não é muito a minha cena, mas também haviam sumos para que todos pudéssemos fazer um brinde. Para terminar, todos nós tivemos direito a uma medalha super gira e a um certificado! A medalha é também um íman, o que a tornou mais útil. Depois, deixaram-nos novamente no hotel, onde pudemos comer um segundo pequeno-almoço e descansar até às 9h30, a hora de partida da nossa tour do dia.
A tour que optámos por fazer foi a Red Tour. Existem três tours na Capadócia: a tour vermelha, a verde e a azul, sendo a vermelha e a verde tipicamente as mais populares. A Red Tour englobava locais que eu tinha mais curiosidade em conhecer, e era também uma tour menos exigente a nível físico, o que era importante para nós pois estávamos estafados. Custou-nos 30 euros a cada, com almoço incluído.
Inicialmente, a minha ideia era alugar um carro e explorar ao nosso próprio ritmo. No entanto, isto envolvia mais stress, pois não poderíamos usar GPS livremente, por causa de os dados móveis serem pagos. As tarifas eram um pouco elevadas, o que também não nos agradou. Por essa razão, acabámos por perceber que fazer uma tour compensa muito mais, tanto a nível de stress como a nível de preço, pois a tour inclui atividades que, se tivéssemos alugado carro, iriam ter de ser pagas à parte.
A tour começou no Göreme Open Air Museum, o museu ao ar livre de Göreme. Este museu é bastante perto do centro da aldeia e faz parte da lista de Património Mundial da UNESCO desde 1984. Aqui, é possível admirar exemplos de arquitetura na rocha, como o Convento das Freiras, com as suas salas de jantar e cozinhas, que podemos espreitar. No entanto, o ponto alto da visita ao museu são sem dúvida as igrejas, maior parte das quais nunca foram restauradas, e no entanto possuem pinturas, frescos, que ainda hoje estão impecáveis. Bem, estariam impecáveis não tivessem sido danificados há muitos anos por pessoas não-crentes na religião. Por essa razão, algumas das figuras religiosas das igrejas têm os olhos e a cara riscados.
Gostei bastante do museu, e isto foi em grande parte por ter uma guia, que explicou tudo muito bem, e tornou a visita mais interessante. Passámos aqui cerca de 1h30 e seguimos para o próximo destino: o Love Valley, ou Vale do Amor.
O Vale do Amor tem este nome pois as formações de rocha, chamadas chaminés de fada que veêm nas fotografias, têm uma forma… peculiar, que faz lembrar algo que tenho a certeza que não preciso de explicar. É também um local bastante popular para pedidos de casamento!
Fiquei apenas cá em cima, não me tendo aventurado pelo vale, pois não tínhamos tempo na tour. Na minha opinião, essa é a única desvantagem das tours - é que por vezes acabamos por ver as coisas de forma um pouco superficial. No entanto, é bem possível fazer umas caminhadas por ali e deve ser muito giro!
A seguir, fomos a uma fábrica de cerâmica. A cerâmica é muito típica desta zona e tivemos a oportunidade de ver uma demonstração em tempo real. Vimos também as centenas de peças à venda, algumas das quais eram simplesmente espetaculares… os pormenores e a imaginação incríveis. Foi uma experiência diferente da qual gostei!
Almoçámos num hotel, com direito a café nestas chávenas muito giras, assim como a delícias turcas.
A primeira paragem depois do almoço foi o Castelo de Uçhisar. Este castelo feito de rocha é o ponto mais alto da Capadócia. Não subimos, apesar de ser possível fazê-lo, pois é algo que demora muito tempo e estava imenso calor (a subida é toda feita ao ar livre). A nossa guia disse também que a subida era um pouco perigosa. De qualquer maneira, é um castelo bastante imponente, mesmo visto ao longe, e está num sítio mesmo bonito.
Seguimos para o Vale da Imaginação. Mais uma vez, o nome deste vale tem razão de ser. As formações de rochas que se podem ver neste vale parecem tudo menos naturais, parecem fabricadas de propósito para ter aquele aspeto. Neste vale, é possível ver rochas que parecem mãos, camelos, patos… aqui, a imaginação é o limite.
A última paragem desta tour foi o Vale do Pasabag. Gostei imenso deste sítio! Era antes usado como zona de retiro para monges e padres. Aqui, as formações de rochas são muito giras e perfeitas para tirar fotografias. Gostei imenso!
A tour acabou por volta das 16h30. Estávamos cansadíssimos, e por isso fomos descansar para o quarto de hotel. Por volta da hora do pôr-do-sol saímos novamente para passear um pouco e jantar.
Jantar
Viewpoint - Este é um dos restaurantes com melhores vistas de Göreme. Por essa razão, pode valer a pena dar aqui um saltinho. No entanto, a comida deixou muito a desejar, assim como o serviço.
DIA DE PARTIDA
Na última manhã em Göreme, recomendo passearem a pé um bocadinho pela aldeia. Existem imensas lojas de souvenirs, assim como lojas de tapetes que são incríveis por dentro. No entanto, nestas últimas é preciso ter cuidado, pois algumas lojas cobram dinheiro para tirar fotos… e o preço não é baixo!
Recomendo também irem ao miradouro de Göreme, que proporciona umas vistas lindas sobre a cidade e sobre o Vale dos Pombos. Dá umas fotos incríveis. Ainda melhor é se forem aqui ver o nascer do sol, pois passam bem perto balões de ar quente, tornando a experiência ainda mais única!
Para terminar, recomendo escolherem um bom restaurante e comerem uma última refeição típica antes de regressarem a casa e darem por terminado uma viagem tão boa!
Istambul é a quinta cidade mais populosa do mundo e a mais populosa da Europa. É também a única cidade no mundo que ocupa dois continentes - a Europa e a Ásia! Apesar de o lado europeu ser bastante mais turístico e ter muito mais para ver do que o lado asiático, não podia perder a oportunidade de dar um saltinho à Ásia, para poder comparar ambas as partes da cidade - e acreditem, há bastantes diferenças!
Escolhi passar dois dias em Istambul, juntamente com a manhã do dia da minha partida para a Capadócia. Pode parecer pouco tempo, mas sinto que foi perfeito. Vimos tudo o que queríamos e nem foi de todo à pressa. Tenho a certeza que com mais tempo ainda dá para aproveitar mais a cidade, mas sinceramente 2 dias é suficiente para explorar e descobrir Istambul, na minha opinião.
Alojamento
Istambul é uma cidade super turística, e por isso há centenas de opções de alojamento por ali. Por isso mesmo, é necessário escolher bem a zona onde se quer ficar, especialmente se a estadia for curta. Nós optámos por ficar na parte velha da cidade, e mais turística, Sultanahmet. Para mim esta foi sem dúvida a melhor opção, pois conseguimos ir a praticamente todo o lado a pé e sentíamos que estávamos no centro de tudo. Pagámos 12 euros por pessoa por noite e ficámos os 4 num mini-apartamento. Este apartamento era gerido por um hotel ali perto (literalmente a 2 minutos a pé de distância), que nos dava pequeno-almoço todas as manhãs, incluído já nos 12 euros.
O apartamento que escolhemos faz parte das Mehmet Bey Suites (podem encontrar no Booking) e recomendo. Tem muito boas condições, o preço é excelente, especialmente tendo em conta a localização, e o pequeno-almoço é muito bom! Este é feito no hotel que gere o apartamento, num terraço com uma vista incrível para o mar.
Itinerário
DIA DE CHEGADA
Chegámos a meio da tarde a Istambul mas ainda estivemos à espera do transfer para nos levar para o alojamento durante algum tempo, e isso, juntamente com a duração de 1h da viagem do aeroporto ao apartamento, significou que só ficámos despachados lá pelas 19h30.
Estávamos todos exaustos pois o primeiro voo do dia tinha sido às 6h da manhã e por isso eu tinha reservado antecipadamente uma mesa num restaurante mesmo ali perto, para jantarmos e relaxarmos.
Jantar
Grace Rooftop Restaurant - Este restaurante é um bocadinho mais caro do que o médio em Istambul, simplesmente porque oferece um ambiente diferente. É no topo de um hotel, com vistas boas sobre a cidade. Como era de noite, não achei que tivéssemos aproveitado muito essa parte, mas o restaurante valeu a pena à mesma, pois a comida era ótima e o ambiente, com luzes muito reduzidas e boa música, era muito agradável. Foi aqui que provei uma bebida típica turca - o Ayran, feito de iogurte e água. Não era mau, mas fartei-me rapidamente! Para comer, pedi o frango de caril, que estava mesmo excelente. A minha irmã pediu um prato de beringela, que também estava bom, e os meus pais um guisado de carne e um guisado de vegetais. De todos os pratos, achei o meu o mais saboroso, e a seguir o guisado de carne do meu pai. De qualquer maneira, estava tudo bom e recomendo este restaurante! Se gostei durante a noite, acho que ao final da tarde deve ser ainda melhor!
DIA 1
O nosso primeiro dia em Istambul começou com um ótimo pequeno-almoço com vista para o mar.
Depois de termos a barriga cheia, andámos cerca de 10 minutos até à Praça de Sultanahmet, o centro da parte velha da cidade e à volta da qual se situam as maiores atrações de Istambul. Aqui fica o Obelisco de Teodósio, o Obelisco de Constantino e a Fonte Alemã. Perto de cada uma das atrações têm placas com um pouco de história, o que torna o local bastante interessante.
Ao lado fica um dos ex-libris da cidade: a Mesquita Azul. Infelizmente, quando lá fui, ela estava em restauração, o que significa que nem entrámos lá dentro. Mesmo por fora não deu nunca para ver bem a beleza da mesquita, o que foi uma pena. Em frente fica a Santa Sofia (Hagia Sophia / Ayasofia), aquela que já foi a maior catedral do mundo! Esta mesquita é bastante diferente das outras, especialmente no que toca à arquitetura exterior. É possível entrar, e recomendo muito. É gratuito e quando lá fui não havia fila nenhuma! Basta cobrirem bem o corpo de acordo com as regras de entrada e tirar os sapatos antes de entrar. Depois, podem apreciar a beleza interior daquela mesquita, que é mesmo diferente de tudo o que já tinha visto até lá, e é muito espetacular.
A seguir, fomos até à Cisterna da Basílica, outro ponto muito turístico de Istambul. Infelizmente, era mais uma coisa que estava temporariamente fechada quando lá fomos. No entanto, parece ser muito interessante, até já tendo sido usada em vários filmes bem conhecidos, como o 007!
A caminho do nosso próximo destino, fomos entrando em lojas de souvenirs e fomos também chamados pelo trabalhador de uma loja de delícias turcas, onde não conseguimos resistir a comprar umas coisinhas!
Delícias turcas
Istanbul Sweet Shop & Cafe - Provámos imensas qualidades e sabores de delícias turcas, mas acabámos por nos apaixonar por uma de cacau e avelã. Simplesmente deliciosa! Os preços era um bocadinho mais elevados do que eu estava à espera, mas também é uma loja numa parte bem turística da cidade. Tem também um pátio no fundo super giro. Apesar de não me ter sentado lá, fui espreitar para tirar umas fotos, porque valia a pena!
Continuámos rua abaixo até chegar ao parqueGülhane. Este é um parque muito agradável, mas sem grande coisa para ver. É adjacente ao Palácio de Topkapi, que naquele dia estava fechado, por ser terça-feira. Depois de passearmos um pouco no parque, andámos até à Mesquita de Nuruosmaniye. Esta mesquita não tem nada de especial quando comparado com as outras, mas decidimos entrar pois estava na hora de uma das orações, e queríamos ver como era a reza. Foi uma experiência interessante, que me ajudou a perceber melhor uma cultura tão diferente da minha.
Almoço
Dehliz Restaurant - Encontrámos este restaurante ao pé da mesquita. Recomendaram-nos o kebab familiar, típico mesmo do sítio. Decidimos pedir o kebab para apenas 3 pessoas (somos 4), pois também pedimos sopas. Mesmo assim, sobrou imenso! Vinha mesmo muita carne, e sobrou para aí metade da quantidade. A carne estava boa, mas os temperos são fortes e não adorei. Também não gostei da sopa de tomate, mas a sopa de lentilhas estava muito boa! Aliás, comi sopa de lentilhas em imensos sítios diferentes, e gostei em todo o lado. É mesmo aquela coisa que nunca falha. Os preços neste restaurante eram muito acessíveis, especialmente tendo em conta a quantidade.
Mesmo perto do restaurante e da mesquita fica o famoso Grand Bazaar. Um mercado gigantesco em que se vende de tudo, desde vestidos de noiva a carteiras falsificadas de marca. Aqui os vendedores têm muito o hábito de chamar por ti, perguntar se queres entrar, o que se pode tornar um bocado cansativo. No entanto, aqui é normal regatear os preços, o que eu gostei bastante. No Grand Bazaar comprámos souvenirs para levar para Portugal, como globos de neve e um serviço de chá típico da Turquia. Comprámos também mochilas e malas, pois encontrámos coisas bem giras e a bons preços! Estas lojas não acabam quando se sai do Grand Bazaar. Na verdade, durante todo o caminho até ao Bazaar das Especiarias existem imensas lojas e as ruas estão bastante cheias.
Quanto ao Bazaar das Especiarias, este é ainda mais bonito e colorido do que o Grand Bazaar. É também muito mais pequeno e menos confuso! Aqui podem comprar delícias turcas, chás, especiarias e frutos secos. Recomendo só não comprarem das lojas mais próximas das portas, pois reparei que praticavam preços mais elevados!
Ao final da tarde, decidimos atravessar a Ponte de Gálata e ir comprar uns baklava num sítio que tinha visto recomendado na internet, supostamente onde há os melhores baklava de Istambul. É possível fazer a travessia da ponte de metro, mas não achámos que valesse a pena - a ponte não é muito comprida.
Baklava
Karaköy Güllüoğlu - Sentimos logo que tínhamos ido ao sítio certo, pois esta pastelaria estava completamente cheia. Os baklava eram baratos e comprámos dois para cada. Achei um bocadinho doces de mais, mas o meu pai gostou! Acho que vale a pena provar, de qualquer maneira.
A seguir subimos até à Torre de Gálata. O bilhete para entrar na torre é 100 liras turcas (cerca de 10 euros), o que eu achei bastante caro, tendo em conta que o único interesse para mim era ver as vistas de lá em cima. Acabámos por pagar pois já nos tinham recomendado este sítio várias vezes e queríamos ver se valia a pena. Faltava pouco para o pôr-do-sol, o que foi perfeito. A vista é realmente qualquer coisa de especial! Continuo a achar que o bilhete é demasiado caro, mas para quem quer vir cá deixo a dica de comprarem a entrada dentro da própria torre em vez de nas bilheteiras cá fora, pois lá dentro não apanhámos fila nenhuma (e o preço é o mesmo!).
Jantar
Güney Restaurant - A este ponto já estava um bocadinho farta de carne e por isso fomos a este restaurante com muito bom aspeto, mesmo colado à Torre de Gálata. Pedi uma salada, que estava boa, mas não chegava aos calcanhares das massas da minha irmã e da minha mãe. Tão deliciosas! O restaurante também tinha comida típica, embora todo o ambiente fosse muito mais moderno do que os restaurantes tradicionais turcos que vimos durante o dia.
DIA 2
O nosso segundo dia em Istambul começou com a ida ao Palácio de Topkapi, que desta vez se encontrava aberto. Uma amiga minha tinha-me recomendado ir o mais cedo possível por causa do tempo de espera e de facto quando lá cheguei às 10h30, meia hora depois da abertura do palácio, não havia muita fila. O bilhete são 200 liras turcas (20 euros) e o preço tem vindo a aumentar nos últimos anos. Inclui a visita ao palácio, áudio-guia (há em português do Brasil) e entrada na Igreja de Santa Irene (Hagia Irene), mesmo em frente ao palácio.
Ao todo, demorámos cerca de 2h30 a explorar esta zona. Há imensos quartos no palácio onde não é permitido tirar fotografias, e por isso as minhas fotos são limitadas. De qualquer maneira, achei que o palácio valia bem a pena para perceber um bocadinho mais da história turca e o áudio-guia ajuda nesse sentido.
Relativamente à Igreja de Santa Irene, esta foi das poucas zonas de culto não convertida em mesquita, tendo em vez disso sido usada como armazenamento de armas até ao século XIX.
Almoço
The Han Restaurant - Estávamos cheios de fome e este restaurante tinha um ar bem típico, com aqueles sofás baixinhos para nos sentarmos, e por isso decidimos arriscar. Aqui, o Gözleme é simplesmente excepcional. É possível ver duas mulheres a fazer este prato ao vivo e a cores, o que torna a experiência mais gira. Aqui provei também manti, o dito “ravioli turco”. Achei um bocadinho enjoativo e por isso não voltaria a repetir. O ambiente e estética do restaurante é muito fixe, mas fiquei um bocado traumatizada com esta refeição porque entravam abelhas dentro do restaurante e não conseguia estar descansada a comer!
A seguir ao almoço, caminhámos até Eminönü, onde se situam as paragens de autocarro. Queria ir a um sítio que ainda não é muito turístico em Istambul, embora seja cada vez mais popular - o bairro de Balat. É necessário apanhar um autocarro (há vários que vão naquela direção - eu apanhei o 99) e a viagem demora cerca de 15 minutos.
Balat é um dos bairros mais pobres de Istambul. No entanto, contrariamente ao que uma pessoa imagina quando se fala em pobreza, este bairro é um dos sítios mais fotogénicos da cidade. Há mais de uma dezena de anos, Balat beneficiou de um programa de reabilitação urbana que o transformou bastante. Agora, é um bairro extremamente colorido, com cafés muito giros e casas de todas as cores, perfeito para tirar umas fotografias. Infelizmente, continua a ser uma zona pobre, o que foi bastante visível e me deu a possibilidade de ver um lado de Istambul diferente, fora da zona turística.
Voltámos para Eminönü, desta vez para apanhar um ferry! Chegou o momento de ir dar um saltinho à Ásia e eu estava bastante entusiasmada. Partimos rumo a Üsküdar e a viagem demorou pouco mais de 20 minutos.
Ao chegar lá, andámos cerca de 15 minutos até a uma zona mais central - uma rua cheia de restaurantes e cafés. Ao caminhar por ali, reparei logo numa coisa: não haviam estrangeiros. Era tudo turco e todas as tabuletas com menus também em turco. Não havia nada que apelasse aos turistas, de todo. Dentro dos cafés, a maior parte do pessoal não falava praticamente nada de inglês. E quando digo praticamente nada, é mesmo isso que quero dizer - um rapaz que nos estava a atender nem conseguia dizer os números em inglês!
Lanche
Aliki Cafe - Entrámos neste café só porque a minha irmã gostou do aspeto dos bolos - mal sabíamos nós a pérola que estávamos a encontrar! Tal como todos os outros cafés, o menu estava totalmente em turco. Depois de conseguir a pass do wifi (com alguma dificuldade), usei a aplicação do Google Tradutor para apontar a câmara ao menu e desvendar todos aqueles nomes. Acabámos por pedir moccas, lattes e chocolates quentes para beber. Para comer, a minha irmã pediu uma fatia de tiramisù. Esta não é uma sobremesa que eu normalmente aprecie, por isso pedi só para provar um bocadinho… mas depressa tivemos de pedir outra fatia. Este foi de longe o melhor tiramisù que já provei! Espetacular, mesmo! No geral, adorei aquele café. Tem um pátio nas traseiras muito agradável, a comida e as bebidas eram ótimas e os empregados de mesa faziam os possíveis e os impossíveis para nos ajudar, mesmo sabendo um inglês muito limitado! Recomendo!
Havia algo que eu queria fazer na parte asiática de Istambul, mas sabia que podia ser difícil - visitar a maior mesquita da Turquia e ver lá o pôr-do-sol. Quando eu digo que podia ser difícil, isto é porque os transportes públicos não estão de todo preparados para pessoal que não é dali, ou que não fala turco, e a mesquita ainda era bem longe de onde estávamos. E, é claro, aqui não existe Uber ou serviços do género.
Acabámos por tentar a nossa sorte. Foi uma aventura descobrir onde era a paragem de autocarros, pois estava assinalada de uma forma bastante discreta, e quando finalmente descobrimos, tivemos de perguntar a uma rapariga que lá estava qual o autocarro a apanhar, porque aquele que tinha visto online nunca mais aparecia. Ela não sabia falar bem inglês, mas ajudou-nos logo, parando o autocarro por nós e explicando a situação ao condutor (ou pelo menos julgo que tenha sido isso - não sei falar turco, ainda!).
Assim que chegámos à MesquitaÇamlıca - a maior mesquita do país, e para nós, a mais bonita - percebemos que tinha valido a pena. Primeiro de tudo, proporciona umas vistas espetaculares. Depois, a própria mesquita é lindíssima e enorme! É pouco turística, o que fez da experiência ainda melhor.Apanhámos também uma hora de oração, o que tornou o momento qualquer coisa de surreal. Epá, adorei. É uma mesquita que fica bem longe da parte turística da cidade, e não é propriamente fácil lá chegar, mas se tiverem tempo, recomendo sinceramente que a visitem. Foi das melhores partes da minha viagem.
Para regressar, voltámos a ter umas dúvidas relativamente a que autocarros apanhar, mas lá nos safámos. Viemos para a parte europeia de Istambul de metro, o que foi super rápido. Enganámo-nos algumas vezes no caminho pois existem várias zonas da cidade com o mesmo nome… mas acabámos por sair numa estação de metro qualquer e apanhámos um táxi, que ficou ridiculamente barato! Outra lição que aprendi em Istambul: andar de táxi é muito mais barato quando comparado com Portugal!
Jantar
Vou ser sincera - não sei o nome do restaurante, não consegui encontrar, mas também não interessa. Foi o pior restaurante de todos, e só lá fomos por puro desespero, pois já era tarde e estávamos esfomeados. Preços altos e pouca quantidade. É um restaurante mesmo ao pé da Praça de Sultanahmet, por isso recomendo evitarem essa zona de restauração se o puderem fazer. É tão turística que acaba por não valer grande coisa!
DIA DE PARTIDA
O nosso voo para Kayseri era só às 18h30, pelo que tínhamos a manhã inteira e parte da tarde livres para passear um pouco mais por Istambul.
Decidimos ir ao Grand Bazaar e ao Bazaar das Especiarias novamente, onde comprámos mais umas lembranças. Almoçámos ali perto num sítio escolhido completamente de maneira aleatória, mas que acabou por ser excelente e extremamente barato!
Almoço
Ziya Şark Sofrası - Aqui provámos as pides, um género de pizzas turcas muito boas! Para entrada veio um pão maravilhoso e no final de tudo pagámos apenas 16.8 euros para as refeições dos quatro! Adorei!
E assim terminou uma estadia curta mas muito bem aproveitada em Istambul. Gostei de todos os momentos, foi tudo especial de alguma forma para mim. Foi a capital mais diferente que alguma vez tive oportunidade de visitar, fascinou-me. Foi uma cidade que me marcou, de todas as maneiras e mais alguma. Adorei, adorei, adorei.